Conheças as 10 competências gerais da Base Nacional Comum Curricular
O ensino brasileiro já passou por várias mudanças em busca de adequar seus programas à realidade das escolas. Uma dessas alterações surgiu recentemente, em abril de 2017, com a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular, ou BNCC. Trata-se de um documento que busca padronizar parte do ensino, adotando moldes que promovam o maior desenvolvimento dos estudantes.
Como parte dessas medidas, também há uma lista de competências gerais da Base Nacional Comum Curricular. Consistem em um alicerce para o desenvolvimento dos demais programas educacionais, além de guias para qualquer alteração futura. De certa forma, você pode considerá-las os “valores” que devem guiar a educação no Brasil.
Para garantir que sua escola aplique essas competências com maior qualidade, você precisa entender o que elas significam e como funcionam na prática. Por isso, vamos listar cada uma e ver seu significado. Acompanhe!
O que cada competência representa?
1. Valorização do conhecimento no desenvolvimento da sociedade
A primeira das competências gerais da Base Nacional Comum Curricular é que o melhor desenvolvimento social ocorre a partir da aplicação do conhecimento. A mensagem é simples: as informações e experiências acumuladas historicamente são a chave para explicar o mundo e a realidade como a conhecemos. Junto a isso, vem a ideia de que, ao acumular conhecimento, o estudante também adquire mais ferramentas para entender a realidade e contribuir com a sociedade.
2. Exercício da curiosidade e do pensamento científico
Boa parte do conhecimento utilizado em nossa sociedade hoje advém do pensamento científico. O procedimento passa por observação, formulação de teoria, desenvolvimento de hipótese, testes e busca por soluções. Incluir esse tipo de exercício mental na educação tem como objetivo direcionar a mentalidade de uma pessoa, levando-a a pensar nos fatos enquanto resultados de um procedimento lógico.
3. Amadurecimento do senso estético
Arte é um componente muito importante das sociedades modernas. O entendimento de seu valor para a cultura, além do desenvolvimento de uma sensibilidade própria para suas obras, ajuda a amadurecer o olhar que cada um tem sobre sua própria realidade, ampliando suas possibilidades.
4. Uso da linguagem na comunicação
Compreensão mútua é outro fator essencial para o desenvolvimento de um indivíduo. Pensando nisso, as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular também incluem uma sessão apenas para reforçar a importância das linguagens. Citam-se a fala, a escrita e comunicações verbo-visual (libras), corporal, matemática, artística, entre outras. Resumindo, a escola deve dar ao estudante ferramentas para se comunicar de maneira eficaz.
5. Uso dos recursos digitais de forma crítica
Com a chegada da era da informação e sua maior acessibilidade, cada indivíduo precisa aprender a utilizar os recursos tecnológicos com responsabilidade e senso crítico. Essa ainda é uma área nova para a educação, o que significa que ainda tem muito a se desenvolver. Todavia, sua exigência dentro da BNCC já é um bom começo.
6. Celebrar a diversidade
Sendo um país com diversas formas de cultura já existentes e novas culturas surgindo com o tempo, ensinar que todos devem aceitar diferenças é fundamental. De acordo com o documento, tal conhecimento deve ser aplicado tanto no convívio social quanto na vida pessoal e individual. Afinal, ao aprender a aceitar os outros como são, você também aprende a aceitar a si mesmo.
7. Usar fatos e dados para defender ideias e pontos de vista
Muitos pontos de vista são defendidos com base em apelo emocional ou em ideias já refutadas. Para mudar esse quadro, as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular, além do pensamento científico, também promovem a capacidade de argumentação, buscando informações objetivas para defender um ponto de vista.
8. Cuidado com a própria saúde física, mental e emocional
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, uma “vida saudável” é definida como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Em outras palavras, uma pessoa deve cuidar de si mesma em múltiplos níveis, não apenas no tratamento de doenças.
9. Desenvolvimento da empatia
Nesse tópico, a BNCC destaca que a compreensão e empatia são ferramentas poderosas para solucionar conflitos e promover cooperação e respeito mútuos. Também fala diretamente que deve haver um acolhimento para qualquer cultura, sem preconceito contra etnia, religião, orientação sexual, identidade, idade ou necessidade especial.
10. Desenvolvimento de autonomia e responsabilidade
Por fim, como já era esperado, a escola deve também preparar um indivíduo jovem para a vida adulta. E a melhor forma de fazer isso é promover a autonomia e flexibilidade, ensinando-o a tomar suas próprias decisões e a lidar com suas liberdades de forma responsável e ética.
Como a nova base pretende afetar o ensino?
Desenvolvimento humanizado
Uma mudança na filosofia das competências gerais da Base Nacional Comum Curricular é trazer o foco do desenvolvimento profissional e educacional, focado na reprodução de informações, para o desenvolvimento humano. A chave para o sucesso durante a vida adulta não está mais apenas no acúmulo curricular, mas também no desenvolvimento de habilidades intangíveis, como a comunicação, empatia e pensamento crítico.
Busca pela redução da desigualdade
Uma das diretrizes da nova Base é que todas as crianças em idade escolar devem ser alfabetizadas até o final do segundo ano do ensino fundamental, aos 7 anos de idade. Um dos objetivos dessa medida é evitar a disparidade entre diferentes escolas, com alguns grupos muito à frente de outros. Tal orientação está de acordo com os pontos já citados, como valorização do conhecimento e uso da linguagem. O prazo para essa mudança é de 2 anos.
Adequação à realidade da nova geração
O uso das tecnologias digitais pela população mais jovem é algo relativamente recente. Mesmo com as mudanças ocorrendo a passos largos, as escolas ainda não possuem um método comprovado para lidar com as inovações. Porém, a única forma de solucionar esse problema é por meio da prática, vendo como cada grupo responde e contribui para essa questão.
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