Felipe Massa terá nova casa em 2014: será a Williams. A tradicional equipe inglesa terá em seus carros os motores Mercedes, considerados os mais avançados para as mudanças do regulamento da próxima temporada - com propulsores turbo 1.6 e mais eficientes no gasto de gasolina. O contrato foi assinado na manhã desta segunda-feira na sede da Williams, em Grove, na Inglaterra, e terá duração de três anos (dois anos com opção de mais um). Entre várias outras coisas, a expectativa do time de Frank Williams é que a presença do experiente piloto atraia novos patrocinadores brasileiros. O finlandês Valtteri Bottas, que estreou na Fórmula 1 em 2013, continuará na segunda vaga do time inglês.
As negociações ganharam contornos decisivos no fim de semana do GP de Abu Dhabi. Massa acertou as bases do acordo e finalmente assinou um pré-contrato com a equipe inglesa. Entretanto, a conclusão do acordo ainda dependia do distrato entre a Williams e a PDVSA, petrolífera estatal venezuelana. Enfim, a saída da empresa e do piloto Pastor Maldonado foi sacramentada no meio da última semana. Com isso, ela continuará pagando boa parte dos R$ 93 milhões (€30 milhões) devidos por cada um dos próximos dois anos que a petroleira ainda tinha de contrato com a Williams.
Na Williams, Massa fará parte de um projeto de reconstrução da imagem da equipe na F-1, bastante decadente nos últimos anos - à exceção da vitória de Maldonado no GP da Espanha de 2012, em Barcelona. Um dos novos chefes é o engenheiro inglês Pat Symonds, ex-Renault e um dos envolvidos no Cingapuragate de 2008 (quando ele e Flavio Briatore mandaram Nelsinho Piquet bater no muro para Fernando Alonso ser beneficiado). Apesar desta mancha no currículo, Symonds é reconhecido por sua competência na parte técnica, ainda mais em um ano com tantas mudanças de regulamento. E outro que pode pintar por lá é Ross Brawn, que deve acertar sua saída da chefia da Mercedes até o fim do ano.
Além da experiência de tantos anos na Fórmula 1, Massa tem todo o tempo que passou na Ferrari a seu favor. O brasileiro carrega muitas informações importantes, muitos conhecimentos que deverão ajudar a Williams em seu processo de reerguimento. E é sempre bom lembrar: ninguém fica tanto tempo em uma equipe como a Ferrari à toa. Outro ponto positivo: Massa participou da fase mais vitoriosa do time vermelho como piloto de testes. Ou seja: trabalhou com vários engenheiros e profissionais laureados na F-1. Este tipo de informação será essencial para a equipe inglesa.
Qual o efeito dessa mudança? Ainda é cedo para dizer. As drásticas alterações nas regras para a próxima temporada podem provocar uma nova ordem na Fórmula 1. É só lembrar que na última grande reviravolta nas regras, em 2009, a Brawn GP e a RBR, que não eram não, disputaram o título. E a Williams conta com uma das fábricas mais completas entre as equipes da categoria. A combinação de uma nova equipe técnica e os excelentes motores Mercedes pode dar muito certo. É assim mesmo, no condicional. Não dá para cravar nada ou saber com exatidão o que acontecerá em 2014, como será a relação de forças entre os times. É certo que dificilmente os grandes deixarão de ser grandes. Mas boas surpresas deverão acontecer.
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