Quem passava pelas ruas do bairro Dom Daniel, por exemplo, neste sábado se admirava com a quantidade de residências à espera dos veículos para carregamento dos materiais descartáveis e recicláveis
Entre os materiais recolhidos estavam garrafas de refrigerante, componentes de bicicletas e utensílios domésticos quebrados (Fotos: Zé Rabelo)
Em um efeito indireto, o Dia D acabou colaborando para a renda de trabalhadores que atuam apanhando materiais recicláveis e descartáveis, e vendendo para órgãos especializados. Valdir de Souza, 45 anos, mora no Dom Daniel e coleta material diariamente há três meses. “Eu fiz a primeira viagem deste sábado (30) à tarde e recolhi uns três quilos na primeira leva; na carretinha tem mais volume do que peso. Eu mesmo separo e vendo no bairro Gethal. Dá para tirar uns R$ 30,00 por semana. Em casa somos eu e minha esposa, Ledir, 34 anos”, conta. Entre os materiais recolhidos estavam garrafas de refrigerante, componentes de bicicletas e utensílios domésticos quebrados.
Acionando a equipe para limpeza
A auxiliar de serviços gerais, Vânia dos Santos Cruz, 35 anos, está separada desde o início do ano e está cuidando sozinha dos quatro filhos - 4, 10, 13 e 19 anos. Ela mora na rua Vitor Pedro Boscatto, no Tributo, e acompanhou a caçamba da prefeitura durante o recolhimento de placas de madeira, deixadas em casa pelo ex-marido, coletor de vidros. “Ele colocava os vidros em cima dessas madeiras. Agora, no espaço onde ficavam expostas as garrafas, iremos aterrar para evitar perigo aos meus filhos. Depois vou fazer um piso e usar a área coberta para guardar objetos. Eu economizei R$ 100,00 com a ideia da prefeitura, pois esse é o valor do serviço de ‘papa-entulho’”, alivia-se, ao recomendar aos profissionais que busquem o restante do material (pallets) na próxima semana.
No bairro Vila Esperança, a ajudante de cozinha licenciada, Marileuza Silva dos Santos de Freitas, 45, aguardava o recolhimento de caixas de papelão e de galhos secos, levadas pelo trator com carreta, da frente de sua residência, onde vive há dez anos com seu esposo, a filha de 15 anos e agora, o bebê de 10 meses, na rua Fernando Machado de Souza.
Dom Daniel dá exemplo
Quem passava pelas ruas do bairro Dom Daniel nesse sábado se admirava com a quantidade de residências à espera dos veículos para carregamento dos materiais descartáveis e recicláveis. Nesse território da cidade há grande concentração de moradores que trabalham como coletores de recicláveis e comercializam o material, de onde retiram o sustento das suas famílias.
“Como popularmente se diz, a população do bairro ‘vestiu a camisa’ e ouviu o nosso chamado. Os resíduos foram depositados à frente da casa da minha filha, na rua Manoel de Liz e Silva, como se fosse uma central de apoio”, compara o vice-presidente da Associação de Moradores, Antonio da Silva Bernardino, 63 anos.
A auxiliar de serviços gerais em fruticultura, Maria Inácia Silva, 66 anos, mora na rua Independência, no bairro Dom Daniel, e não se desligou do alerta de mobilização. “Eu escutei no rádio e a dona Ângela (presidente da associação do bairro) movimentou praticamente todo mundo. Foi um alívio saber que a prefeitura ia recolher o material. As outras prefeituras (gestões) não faziam isso. Eu fiquei ‘faceira’ por lembrarem da gente”, comenta.
Não muito distante das residências, um flagra denunciava o descaso de moradores em relação ao meio ambiente. Papéis, roupas e até pneu estavam jogados no rio Ponte Grande, comprovando a urgência de novas operações como o Dia D, exercitando o descarte correto e adequado de materiais, provocando boas atitudes de livre arbítrio.
Data: 30/11/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário