Uma iniciativa do CAIC Nossa Senhora dos Prazeres, do bairro Santa Catarina, deu um novo sentido à rotina de um grupo de mulheres da comunidade. Através do projeto “Construindo Valores”, além dos encontros semanais, onde elas aprendem técnicas de artesanato, também constroem amizades duradouras, trocam experiências, se divertem e ainda agregam momentos de reflexões para a vida.
Os encontros acontecem toda quinta-feira, em uma das salas do CAIC. O grupo começou em fevereiro deste ano, ainda tímido, com apenas sete mulheres, mães de alunos da instituição. Hoje conta com aproximadamente 30 integrantes, desde adolescentes até senhoras, vindas também de outros bairros.
Entre os objetivos do projeto, que conta com o apoio da Secretaria Municipal da Educação, está o de resgatar a autoestima destas mulheres, tirando elas muitas vezes da ociosidade e depressão, e valorizando-as como protagonistas de sua própria história. “Aqui não se aprende somente o artesanato, mas se adquire princípios e valores. Mudamos velhos hábitos e comportamentos, ajudando na boa convivência com suas famílias”, comenta a diretora Elaine Salete Moretto de Azevedo.
Durante as aulas elas aprendem técnicas, confeccionando peças decorativas e utensílios domésticos com o feltro, bordados, patchwork, colagem, entre outras, utilizando materiais doados e de reciclagem. Ao final da tarde é servido um lanche de confraternização.
Voluntariado e amor ao próximo
O grupo conta com quatro líderes, que abraçaram a causa e se integraram ao projeto. Luiza Lima, Isabel Bazzo, Gliceria Moreira Costa e Sandra Carboneira são voluntárias que dedicam uma tarde por semana para dar aulas de artesanato, repassando seus conhecimentos e ajudando outras mulheres a enfrentar suas dificuldades.
Através de oficinas, dinâmicas e brincadeiras, que são realizadas antes da aula começar, a cada semana um tema diferente é trabalhado. Já falaram sobre o “Poder da Palavra dentro de casa”, “Amor”, “Paz no Lar”, entre outros assuntos pertinentes ao dia a dia junto da família. “Usamos uma linguagem fácil, para que todas entendam. Esperamos que elas aprendam o artesanato, podendo até incrementar a renda e abrir portas, mas principalmente leve para suas casas novos valores e princípios”, diz a professora Luiza.
Novas perspectivas
A dona de casa, Ângela Branco, conta que depois que passou a participar do grupo sua vida ganhou um novo sentido. “Antes eu ficava deprimida em casa, mas agora chego aqui carregada de problemas e saio aliviada, com um sorriso no rosto. Temos muito carinho entre nós e estar aqui parece uma terapia para a mente”, diz.
Maria Conceição trouxe a filha que está grávida. Juntas elas aprendem a confeccionar acessórios para o enxoval do bebê que está a caminho. “Quando tiver a casa dela, já vai saber fazer as coisas bonitas para decorar e arrumar o quartinho da criança”, comenta a mãe.
Mas além do artesanato, a interação entre o grupo ainda é o motivo mais apontado por tanto entusiasmo. “Conquistar novas amizades é muito bom. Levamos muitas coisas boas para casa, aquelas que produzimos durante as aulas e também a alegria e troca de experiências”, diz Silvia Ouriques, que veio do bairro Centenário participar do grupo.
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