Seminário regional propõe gestão integrada

Lages apresentou o Plano Municipal de Coleta Seletiva, concluído no início do ano, e que passará a integrar o Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Região Serrana de Santa Catarina

Levantamento aponta produção de 60 toneladas de resíduos sólidos diariamente na região, que estão sendo dispostos de forma ambientalmente correta, em aterros sanitários (Foto: Nilton Wolff)

A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu 2015 como o ano internacional dos solos, com ações voltadas para sua conservação e conscientização da população. Com esse mesmo intuito foi realizado, nesta segunda-feira (29), o Seminário Regional do Meio Ambiente, fazendo parte da programação do Mês do Meio Ambiente, promovido pela prefeitura de Lages através da secretaria afim e instituições parceiras. O evento foi realizado no Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), durante o dia todo, reunindo representantes das 18 cidades que integram a Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures). O principal assunto abordado no seminário, voltado aos gestores ambientais de cada município, foi sobre os resíduos sólidos e as políticas públicas voltadas para o tema, juntamente com outros projetos que foram apresentados por instituições como a Comissão Intersetorial de Saneamento e Meio Ambiente (Cisama), o Instituto das Águas e Biodiversidade da Serra Catarinense (IABio) e diversos palestrantes renomados na área. Também foi falado sobre Áreas de Preservação Permanente (APP), Reservas Legais, entre outros assuntos pertinentes às pequenas propriedades rurais. Planos Municipais de Coleta Seletiva Lages apresentou o Plano Municipal de Coleta Seletiva, concluído no início do ano, e que passará a integrar o Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Região Serrana de Santa Catarina, que envolve os municípios da Amures. A partir da finalização e aprovação do Plano o município passa a ter metas a serem atingidas nos próximos 20 anos. Uma revisão será feita a cada quatro anos – o trabalho interno precisa ser organizado e posteriormente disseminado para a população, com campanhas de conscientização sobre a coleta seletiva, conforme explica a bióloga da Secretaria de Meio Ambiente, Michelle Pelozato. De acordo com o diretor do Cisama, Selênio Sartori, um diagnóstico realizado na região apontou uma produção de 60 toneladas de resíduos sólidos diariamente, que estão sendo dispostos de forma ambientalmente correta, em aterros sanitários. “A perspectiva do plano integrado é reduzir o volume de material reciclável e orgânico que está sendo aterrado e poderia ser reutilizado, e também fazer compostagens e trazer geração de emprego e renda”, destaca. Participação dos catadores A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), vinculada à Uniplac, juntamente com a IABIo, organizou a participação dos catadores de materiais recicláveis da região no seminário, como uma forma de inseri-los no processo como organismo atuante na gestão dos resíduos. O objetivo é organizá-los dentro da atividade, pois terão prioridade na captação de recursos para este fim os municípios que possuem planos com soluções consorciadas e com a participação dos catadores. Um representante do Movimento Nacional de Catadores de Lixo proferiu palestra aos que exercem esse trabalho na região serrana, sendo cerca de 250 pessoas ligadas à atividade, formal e informalmente. “O intuito é ter um cadastro com todas essas pessoas, para que se tenha um número efetivo de catadores atuando nos municípios da Serra, número de barracões de triagem para organizar melhor e captar recursos do governo federal para fomentar o trabalho”, diz Michelle Pelozato. E para Selênio é muito importante a decisão política de Lages de compor o plano intermunicipal, justamente por ser um polo regional, com 160 mil habitantes enquanto os outros municípios juntos somam pouco mais de 130 mil, além de contar com maior geração de volume de materiais que podem ser reutilizados. “A ação em conjunto não é apenas uma questão de logística, mas de educação ambiental, de como o serrano vai tratar o seu resíduo e a participação de todos em prol do bem comum”, afirma.