Chegar aos 50 anos não significa que sua vida sexual será sacrificada. Mulheres na menopausa, momento transitório em que a mulher encerra o ciclo ovulatório, podem ter, sim, uma vida sexual plena e feliz, independentemente de algumas mudanças que acontecem no organismo. Até porque, o desinteresse pela vida sexual que acontece com algumas pessoas nessa faixa etária, por exemplo, pode ser resultado de fatores como dificuldade em se sentir excitada ou de chegar ao orgasmo, secura vaginal, dor ou desconforto durante o sexo.
Outras alterações da menopausa no organismo são as do ciclo menstrual, este que apresenta um aumento do fluxo e volume de sangue, seguido por escassez e falhas menstruais. Também são comuns as "ondas de calor", a alteração do humor com fácil irritabilidade e depressão. Mas esses sintomas diferem de mulher para mulher e cada uma responde a essas características de maneira particular. Algumas, inclusive, não se queixam de qualquer mal-estar, enquanto outras sofrem bastante as manifestações da menopausa.
Segundo o médico Maurício Luiz Peixoto Sobral, especialista em mastologia, ginecologia e obstetrícia, a falta de desejo sexual na menopausa afeta até 45% das mulheres. Essa queda no desejo por sexo ocorre por causa de alterações hormonais, tais como a diminuição do estrogênio e da testosterona. A lubrificação vaginal também diminui e a pele da vagina fica mais seca, enfraquecida e sensível. "Dessa forma, desconforto, dor e dificuldades para atingir o orgasmo costumam ser queixas na hora do ato sexual", afirma ele.
"O envelhecimento do corpo é cruel, mas, do ponto de vista emocional, é perfeitamente possível não sofrer. Tudo vai depender de como cada pessoa lida com seu próprio envelhecimento e como se adapta às mudanças. Quanto mais experiência eu tenho em consultório, mais tenho a certeza de que vale muito a pena investir na vida a dois", assegura a psicóloga e terapeuta sexual Ana Canosa.
Quer mais algumas dicas práticas para não deixar a vida sexual de lado durante a menopausa?
FATORES HORMONAIS ALTERAM A LIBIDO
"A falta de desejo nessa fase da vida [menopausa] é reflexo do histórico da pessoa. Uma mulher que sempre teve prazer sexual e se relaciona bem com seu parceiro, mesmo na menopausa, não menciona tanta falta de desejo, se comparada a uma pessoa que nunca teve orgasmo ou mesmo não gosta muito de ter relações sexuais. Mas claro que, inevitavelmente, os fatores hormonais alteram a libido", reforça o médico ginecologista Maurício Luiz Peixoto Sobral.
DRIBLANDO A SECURA VAGINAL NA MENOPAUSA
Há muitos recursos para driblar os novos desafios que a menopausa traz para a vida sexual como: terapia de casais, prática de atividade física - que melhora a qualidade de vida e diminui o estresse -, uso de lubrificantes durante as relações sexuais, introdução de novas posições e fantasias eróticas na hora H, além de contar com a ajuda de uma terapia de reposição hormonal quando for o caso.
DEPRESSãO E LIBIDO BAIXA: UMA RELAçãO PERIGOSA
"A depressão e a libido baixa estão diretamente relacionadas, tem a ver com os hormônios. Sem contar que o uso de algumas medicações para tratamento da depressão também diminuem a libido", explica Maurício.
FALTA DE DESEJO NA MENOPAUSA NãO é DOENçA
"A mulher deve tentar lidar com a menopausa da forma mais natural possível porque é um fenômeno do organismo, não é doença. Além disso, é muito importante procurar um ginecologista para fazer o acompanhamento. Já na hora do ato sexual dedique mais tempo para as preliminares, use estimulantes e abandone as neuras com seu corpo e idade", recomenda o médico.
PROCURE LEVAR A VIDA NORMALMENTE
"Faça os exames ginecológicos de rotina, 'trabalhe o psicológico', converse com seu parceiro, tome medicamentos quando necessário e apenas se forem indicados pelo médico. Procure levar a vida normalmente, curta os netos, viaje, dance, enfim, curta a vida", completa Maurício Luiz Peixoto Sobral.
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