Infraestrutura resolve problema de alagamentos no Guarujá

Na ocorrência de chuvas, as famílias moradoras às margens do córrego acabavam, com o transbordamento do fluxo pluvial, tendo seus lotes e casas invadidos e inundados, ocasionando transtornos e perda de bens

O motor da escavadeira roncou nesta quinta-feira atrás da casa da moradora da rua Nossa Senhora da Saúde, Neiva Aparecida Azevedo da Silva (Foto: Sandro Scheuermann)

Os moradores das ruas Rheno Rogério Vieira e Nossa Senhora da Saúde, no bairro Guarujá, aguçaram sua curiosidade na manhã desta quinta-feira (26) quando avistaram uma grande máquina escavadeira próximo às suas casas. Começava então a resolutividade de um dos mais sérios problemas da região: a desobstrução de um córrego de aproximadamente um quilômetro de extensão, cortando as duas ruas e desembocando no rio Ponte Grande. Na ocorrência de chuvas, as famílias moradoras às margens do córrego acabavam, com o transbordamento do fluxo pluvial, tendo seus lotes e casas invadidos e inundados, ocasionando transtornos e perda de bens. Um dos coordenadores de equipes da Secretaria de Infraestrutura, Adilson da Silva (Peixe), explica que foi aberto o canal do pequeno rio, com desassoreamento, provocando, consequentemente, o alargamento para melhor escoamento das águas e realizada limpeza dos resíduos naturais, a exemplo de galhos de árvores, e de lixo como plásticos, garrafas, latas, até móveis e itens de dormitório como colchões depositados pela própria população. De um metro de largura o córrego passou a ter três metros, facilitando o fluxo. Os serviços iniciaram na terça-feira desta semana e devem seguir até esta sexta se as condições do tempo forem favoráveis. “O mato vai crescendo e segurando o material, que entope a vazão”, explica Peixe. O córrego percorre os bairros Guarujá e Bates e o loteamento Vila Esperança. Até então, os próprios moradores desta área, que é de ocupação ribeirinha, portanto, irregular, tentaram amenizar os efeitos dos alagamentos colocando pneus com plantas fixadas dentro, às margens do córrego, aos fundos de suas residências, montando uma fila extensa com o muro de contenção. Oito anos à espera de uma solução O motor da escavadeira roncou nesta quinta atrás da casa da moradora da rua Nossa Senhora da Saúde, a empregada doméstica Neiva Aparecida Azevedo da Silva, 53 anos. Ela diz morar no local há 22 anos e destes passou oito sofrendo com inundações constantes em seu terreno, ameaçando sua moradia. “Era um penar. Cansei de calçar minhas botas e pegar pá e enxada e ir para dentro do rio tirar um pouco da sujeira dali. Eu colocava fogo no lixo e peço que as pessoas ajudem a cuidar porque nós mesmos seremos prejudicados”, sugere. Ela diz que por causa da chuva da semana passada alagou o banheiro, “pois os canos caem diretamente lá dentro”. “Daqui pra frente me sentirei mais aliviada e vou parar de me incomodar. A água não entrava em casa, mas subia bastante”, explica. Na mesma residência moram Neiva, seus três filhos de 32, 27 e 25 e uma neta de 6 anos. Ao lado do lote está sendo construída, com base de concreto, acima do nível da casa de Neiva, a moradia de um de seus filhos, que está em Florianópolis. “Nem precisaremos nos preocupar agora. Tenho só a agradecer pelo serviço de vocês e que continuem sempre olhando por nós”, desabafa a moradora. As atividades dos operários foram supervisionadas, como de costume, pelo secretário Álvaro Mondadori (Joinha), que ouviu a opinião dos cidadãos. “Estamos atendendo a cidade praticamente de ponta a ponta. Reorganizamos os trabalhadores e das nove equipes conseguimos aumentar para 11 com o mesmo número de funcionários, e atender diversos bairros ao mesmo tempo, otimizando e adiantando frentes de trabalho”, comenta o secretário responsável. Desobstrução de valas, patrolamento e cascalhamento A rua Abetino Rodrigues Marafigo, esquina com as duas ruas mencionadas, no Guarujá, recebeu melhorias com desobstrução de valas por onde escoa as águas das chuvas. Patrolamento e cascalhamento de vias não pavimentadas estão sendo executados. “Quase todo o bairro está sendo cascalhado, já que a maioria das ruas é de terra ou de pedra britada batida. Os moradores que estão em casa saem na janela para ver o porquê do barulho das máquinas ou até vêm aqui na estrada conversar com a gente, elogiar o trabalho, oferecer sugestões. Essa participação nos alegra, pois é para a população que trabalhamos”, frisa a equipe da Secretaria de Infraestrutura. Os avisos sobre problemas nos bairros competentes à Infraestrutura devem ser comunicados à Central de Atendimento, número 3225-3111.