Continua operação de recolhimento de telhas destruídas pelo granizo

Em torno de 35 pessoas estão envolvidas neste trabalho, sendo um motorista cedido pela Infraestrutura e os demais, colaboradores do Meio Ambiente, entre servidores e contratados temporários por 30 dias

A estimativa é de que o temporal de granizo provocou o volume de 100 toneladas de resíduos, entre fibrocimento e cerâmica (Foto: Marcio Avila e Nilton Wolff)

A densa operação de recolhimento de resíduos de telhas de fibrocimento quebradas, resultado da queda de granizo que atingiu 44 bairros de Lages no dia 13 de outubro, continua sendo executada por funcionários municipais. Os restos de telhas estão sendo transportados até um terreno federal cedido, ao lado do Horto Municipal da Agricultura, no bairro Guarujá, atrás do Aeroporto Federal Antônio Correia Pinto. Os trabalhos começaram na segunda-feira seguinte ao desastre e desde o dia 26 de novembro acontecem com mais amplitude. O oficial de Gabinete da Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Robson Pitz, explica que os trabalhos não cessaram em nenhum dia de tempo estável, mas em proporções variáveis diante da disponibilização de equipamentos e funcionários, sendo atualmente realizados com a utilização de três caminhões basculantes (caçamba) e uma retroescavadeira da Secretaria de Meio Ambiente, e uma caçamba cedida pela Secretaria de Infraestrutura. Em torno de 35 pessoas estão envolvidas neste trabalho, sendo um motorista cedido pela Infraestrutura e os demais, colaboradores do Meio Ambiente, entre servidores e contratados temporários por 30 dias. Em dias anteriores, a Infraestrutura havia cedido cinco caçambas e três retroescavadeiras. “Os funcionários da Secretaria de Agricultura também nos auxiliaram, mas precisaram retornar aos seus trabalhos. Foram retiradas cerca de 120 cargas de caçamba de terra entre quarta e sexta-feira passada com sua ajuda. Um montante bem expressivo”, observa Pitz. Desde o dia 20 de outubro, calcula-se que mais de mil cargas de restos de telhas foram recolhidas, sendo que a retirada dos entulhos começou com duas caçambas da Infraestrutura, já que o Meio Ambiente estava envolvido com o recebimento e distribuição de telhas novas às famílias atingidas. Entre os dias 26 de novembro e 1º de dezembro foram recolhidas cerca de 220 cargas de entulhos. A estimativa é de que o temporal de granizo provocou o volume de 100 toneladas de resíduos, entre fibrocimento e cerâmica. Os caminhões estão recolhendo somente os resíduos de telha, e não móveis ou outro tipo de material. “A operação está concentrada nas telhas”, alerta o oficial de Gabinete. De acordo com Pitz, a preocupação neste momento se relaciona ao recolhimento e limpeza dos locais; posteriormente será discutido o destino final do material depositado, pois há uma política reversa de que a destinação é responsabilidade do fabricante. “Existem aterros que recebem este tipo de material, um serviço que é pago”, informa. Trabalho árduo e incessante De acordo com Robson Pitz, o amianto, composto da telha, é altamente tóxico quando está em processo de fabricação devido à inalação do pó, e não ao ser manuseado depois de pronto, pela população. Contudo, os operários que desenvolvem os trabalhos de recolhimento atuam com equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras, luvas e sapatão, colete refletivo com cautela ao trânsito e uniforme com cor identificatória. Os recolhimentos já foram concluídos nos bairros Petrópolis e Nova Petrópolis. Nos bairros Vila Comboni, Frei Rogério, Coral, parte do Habitação e do Sagrado Coração de Jesus, Morro Grande, Bom Jesus, Caça e Tiro, Caravágio e São Cristóvão o trabalho está sendo terminado. “Quando os moradores veem o caminhão podem ajudar a carregar os entulhos, se puderem. Isso agiliza o trabalho”, completa. “Não conseguimos completar os carregamentos de um bairro em um único dia por causa do alto volume de resíduos”, ressalta. Quatro bairros atendidos Nesta terça-feira (2) os trabalhos estiveram concentrados no Caravágio, Habitação, Vila Comboni e Frei Rogério. “Pedimos compreensão à população, pois seriam necessárias dezenas de caminhões e centenas de funcionários para dar conta de todos os recolhimentos em tempo hábil. Não há previsão de quando o serviço chegará ao fim, pois ainda há diversos moradores que não terminaram de cobrir suas casas. O trabalho somente será interrompido em caso de chuva. Durante as férias coletivas haverá uma ou duas equipes de plantão para recolhimento”, adianta Robson Pitz. O diretor de Meio Ambiente, José Ferreira de Souza (Zezo), coordena os trabalhos e as equipes e esteve presente no Vila Comboni nesta terça, onde os recolhimentos devem terminar na quinta-feira (4). A dona de casa Maria Noemi de Oliveira Furtado, 48 anos, reside com sua família na rua Veríssimo Antunes, no Vila Comboni, e recebeu o caminhão já por duas vezes, diante do grande volume de telhas quebradas pelo temporal de granizo. Feliz, ela recebeu a equipe, pois não precisará gastar com contratação de papa-entulhos e transporte dos resíduos. Seu esposo, Luís Carlos Tomé Furtado, 54 anos, conta que 100% da cobertura da casa foi deteriorada. Somente os entulhos de sua residência renderam duas cargas de caminhão cheias. “A Prefeitura nos doou 40 telhas e, ao todo, foram 113 para reconstituir o telhado. Foi muito boa essa ajuda”, assegura. A dona de casa Rose Vargas, 32 anos, mora na rua Jairo Anésio Pilar, também no Vila Comboni e comenta que mais de 150 telhas de cerâmica de sua casa sofreram danos com o granizo. “É excelente a iniciativa da prefeitura em recolher os entulhos porque a gente não tem garantia de onde deveríamos depositá-los”, comenta. Limpeza geral Paralelo ao recolhimento e transporte dos resíduos de telhas, equipes da Secretaria de Meio Ambiente estão executando roçadas de mato e de gramados no Vila Comboni, como se repete em outros locais da cidade. “Gostei bastante do serviço. Tem capricho. Desta forma o bairro fica limpo para o Natal e as crianças podem brincar mais confortavelmente”, finaliza Rose.