sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Projeto estimula bebê e sua genitora a estarem mais perto um do outro

 
“Para nós mães, que temos de estar firmes 24 horas por dia, é uma ajuda e tanto.” - Dayane Correa Andrade
 
Amor, carinho e proximidade se elevarão durante o “Mãe me Quer”. (Fotos: Sandro Scheuermann)
 
Como uma ampliação do projeto da shantala, que consiste em uma massagem relaxante feita da mãe em seu bebê, ou pelo pai ou cuidador, foi idealizado, pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), vinculado à Diretoria de Atenção Básica, o projeto “Mãe me Quer” – “Slingar”, movimentar e tocar, composto pela própria shantala, alongamento e dança, utilizando um mecanismo mundialmente conhecido por seus benefícios à saúde da criança: o sling, palavra em inglês cuja tradução ao pé da letra seria “tipoia”, mas conhecida no Brasil como “canguru”, um carregador que compreende uma peça grande de tecido, envolta nos ombros e troncos da mulher, amarrada na barriga, onde seu filho será aconchegado, num contato mútuo e prazeroso para ambos. Este será um curso oferecido gratuitamente às mães, para as quais serão disponibilizados, ainda, materiais e apostilas. No “Mãe me Quer” também está inserido o ofurô para o pequenino. “As mães reivindicaram estas atividades alternativas porque retornam da gestação com tempo ocioso, sedentárias, sem retomada do peso anterior e até baixa autoestima, o que reflete na criança”, explica uma das implementadoras, a fisioterapeuta Dayane Vieira, reiterando que a prefeitura de Lages adquiriu, de São Paulo, 12 slings.
O desenvolvimento e execução do projeto serão iniciados no dia 2 de dezembro, terça-feira, às 14h, na sede do Serviço Social da Indústria (Sesi), no bairro Gethal, espaço cedido para atender as mães em um local amplo. O curso é gratuito e aberto ao público dos demais bairros e loteamentos da cidade. O número de vagas é limitado. Os encontros acontecerão durante quatro terças-feiras consecutivas. As interessadas devem entrar em contato com a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Gethal ou pelo número 3225-1746 e inscrever-se antecipadamente.

Modo de fazer divertido e amoroso

O curso conta com os seguintes módulos: ensinamento da utilidade do “canguru” e realização de atividade física através de bolas suíças e com acomodação em colchonetes; shantala; banho relaxante de ofurô (baldes adequados para os bebês com idade entre 15 dias e dez meses, submersos em água com temperatura de 37 graus, em que é ensinado à mãe a altura e posições corretas, tempo suficiente e técnicas de relaxamento); dança de roda, numa proposta lúdica, a partir de músicas infantis; retomada dashantala e, finalmente, um piquenique. “Tudo isto envolvendo o contato corpo a corpo, fortalecendo o vínculo familiar entre mães e seu bebezinho. São momentos emocionantes que fazem toda a diferença. Além de paz, trazem qualidade de vida aos dois”, detalha a psicóloga Leiliane Goulart Raimundo, também implementadora. O ofurô, consecutivo à realização dashantala, pode oferecer duas horas a mais de sono para o bebê e, consequentemente, maior tempo de descanso à mãe, o que revigora suas energias e a pode deixar livre de irritabilidade, entre outros problemas.
Em fevereiro o curso do “Mãe me Quer” começará para nova turma. “Este curso é pioneiro em Lages e na região. Nas políticas de saúde há um eixo denominado ‘práticas integrativas em Saúde’, em que está situado o nosso trabalho, focado não somente na técnica, mas no resgate da afetividade a amorosidade. Isto tem efeitos incríveis”, comemora Leiliane.

Shantala e suas preciosidades

A shantala já é um projeto consolidado desde maio deste ano, quando começou a ser executado em Lages. Até agora, 70 crianças foram beneficiadas, contemplando os bairros Gethal, São Carlos, Santa Helena (como incremento à puericultura, ciência médica que se dedica ao estudo dos cuidados com o ser humano em desenvolvimento), e Vila Mariza. O método, criado em 1976 pelo médico francês, Fréderick Leboyer, batalhador e defensor do parto humanizado. Consiste em sequências de movimento corporais feitos pela mãe na criança, deitada, nua ou seminua, com óleo apropriado e, entre suas vantagens, estão a redução de cólicas no bebê e de infecções respiratórias, melhoria do sono, diminuição de choro e irritabilidade, ativação da circulação sanguínea, melhoria da evacuação e aumento da imunidade, aspectos comprovados cientificamente e através dos questionários estruturados realizados pelas profissionais do Nasf1, Dayane e Leiliane.
Nos questionários, 80% das mães relataram que a criança teve o sono melhorado e ficou mais calma. A massagem é ensinada gratuitamente e deve ter continuidade em casa, além das aulas, com duração entre 30 e 40 minutos, sendo aplicada em ambiente aquecido em cerca de 30 graus. “Lages apresenta preocupantes índices de mortalidade infantil. O projeto pode contribuir, porque quanto mais afetivo for o relacionamento, mais saudável será o desenvolvimento da criança e de quem cuida. Aspectos cognitivos, emocionais e até de amamentação são destacados e positivos”, pontua Leiliane. Poderão participar crianças com idade entre 15 dias (quando o umbigo esteja caído e já cicatrizado) e 12 meses. A shantala, com este nome, pode ser realizada até os seis anos de idade, após se chamará massagem.

Respaldo estadual

Em Florianópolis, nesta terça-feira (25) e quinta (27), as duas profissionais participaram do II Encontro Estadual do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), onde representaram a Serra, com dois projetos: Shantala e “Bem me Quero” (cuidando de quem cuida, para os funcionários da Saúde).
Na manhã desta sexta-feira (28), as duas profissionais desenvolveram ashantala com mães e crianças do bairro Vila Mariza, onde foi iniciado na semana passada. Serão três encontros consecutivos, às sextas. Para outros bairros que solicitarem o treinamento, basta procurar o Nasf1, serviço da Secretaria da Saúde (3251-7600), mediante demanda.
A mamãe Dayane Correa Andrade, tem 30 anos e trabalha como costureira. Sua filha Andriéle completou quatro meses nesta sexta-feira (28), e comemorou com a relaxante shantala. “Eu já fazia massagem nela porque tem muita cólica, para dormir bem e ficar mais calminha. Aqui aprendi a fazer direitinho. Dorme a noite inteira, praticamente. Ela chorava bastante durante o dia e agora está mais tranquila. Para nós mães, que temos de estar firmes 24 horas por dia, é uma ajuda e tanto”, conta Dayane, mãe de outra menina, de 11 anos.
 

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