Saúde programa ação de combate ao fumo

Estudos mostram que cerca de 70% dos atuais fumantes começaram na adolescência, com a intenção de só fumar alguns cigarros e parar quando quisessem. O que não ocorreu

Em Lages, as vítimas do tabaco são atendidas pelo Programa Municipal de Controle ao Tabagismo, o Lages sem Fumo, no Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (Foto: Sandro Scheuermann)

O Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto) será lembrado com uma ampla programação no calçadão da praça João Costa, nesta sexta-feira, das 9h às 16h. A Secretaria de Saúde oferece aplicação do teste de Fagerstrom (avaliação do grau de dependência do tabaco), serviços básicos de saúde e divulgação dos grupos de tabagismo do município. Todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão inscritas e foram capacitadas para o Programa Nacional contra o Tabagismo. Segundo a coordenadora das Políticas sobre Drogas do Município, Maria Inês Vieira Martins, o início dos trabalhos do grupo acontece com uma abordagem motivacional comportamental. Depois os médicos verificam a necessidade da utilização de adesivos, gomas de mascar ou medicamentos. Em Lages, as vítimas do tabaco são atendidas pelo Programa Municipal de Controle ao Tabagismo, o Lages sem Fumo, no Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CapsAD). Na ação desta sexta-feira, a Escola de Educação Básica (EEB) Belisário Ramos participará levando alunos que, através da distribuição de materiais informativos, demonstrarão a importância da educação em ações de prevenção. A Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) e o Serviço Social do Comércio (Sesc) também estarão envolvidos. O vício na adolescência A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as doenças causadas pelo uso dos cigarros vêm resultando na morte de cinco milhões de pessoas por ano no mundo, o que corresponde a mais de dez mil por dia. Caso as atuais tendências de expansão do consumo sejam mantidas, os números aumentarão para dez milhões de mortes anuais nos anos 2030. O hábito de fumar é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão; 75% dos de bronquite crônica e enfisema pulmonar e 25% dos de isquemia. Estudos mostram que cerca de 70% dos atuais fumantes começaram na adolescência, com a intenção de só fumar alguns cigarros e parar quando quisessem. “O problema é que a nicotina tem um potencial de induzir à dependência, tão forte, que mais de 85% daqueles que fumam o fazem diariamente”, diz a coordenadora. “Ainda há muitos desafios, como o de evitar que os jovens, principalmente os adolescentes, comecem a fumar”, argumenta.