quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Samt aposta na matéria-prima regional e explora artesanato em porungo

 
A gerente de Inclusão Produtiva do Município, Junara de Oliveira Nunes, esclarece que a partir deste mês de agosto retomou-se uma ideia já discutida em 2013 e estão sendo criadas novas peças
 
São produzidos santinhos como São José e São Francisco, galinhas de enfeite, patos, espantalhos, corujas, pinguins, abelhas (Foto: Sandro Scheuermann)
 
Típico da Serra catarinense, o porungo ativa a imaginação de quem passa por campos e bosques da região por suas formas moldadas pela própria natureza e dá asas para inúmeras possibilidades criativas. E para valorizar e aproveitar os artifícios da terra lageana e serrana, a Associação de Assistência Social, Trabalho e Cidadania (Samt) está confeccionando peças exclusivas utilizando-o como matéria-prima, proveniente de doações de comunidades rurais.
A gerente de Inclusão Produtiva do Município, Junara de Oliveira Nunes, esclarece que a partir deste mês de agosto retomou-se uma ideia já discutida em 2013 e estão sendo criadas novas peças; no ano passado foram feitos experimentos, formando casas de passarinhos. As monitoras dos cursos profissionalizantes da Samt são as fabricantes dos produtos artesanais, na própria entidade, no Centro.
São produzidos santinhos como São José e São Francisco, galinhas de enfeite, patos, espantalhos, pinguins, abelhas. “São peças lindas, feitas com todo capricho e amor, com detalhes exclusivos, perfeitas para decorar a casa ou para presentear. O presente artesanal tem um valor sentimental especial, pois quem o recebe sabe que alguém dedicou tempo e paciência para sua confecção”, diz a gerente. Podem ser produzidos também utensílios domésticos, brinquedos e instrumentos musicais.

Outras utilidades

O porungo seco é utilizado em diversos países como recipiente para refeições (copos e cuias), moringa para transportar água ou outros líquidos durante passeios e viagens, como cisterna para condicionar água em regiões secas, e na construção de instrumentos, como afochê, maraca, chocalho, sequerê ou xequerê, abê e malimba, devido sua capacidade de amplificação acústica e timbre característico. “A lapidação dos porungos inicia com sua lavagem individual, seguida pela sua abertura conforme a peça que se pretende fabricar, retirada a semente e após o porungo é secado ao sol”, explica.
Semanalmente, na Samt, são produzidas de duas a três peças. Os produtos são encontrados na Loja de Artesanatos da instituição, na rua Nereu Ramos, próximo ao Banco Santander, com atendimento pela manhã e à tarde, além de serem comercializados em feiras promovidas no município. Cada peça custa, em média, R$ 40,00. A renda é revertida para a aquisição de novas matérias-primas e manutenção dos cursos da Inclusão Produtiva, como o Projeto Ciranda, em 56 bairros.
Dependendo da abundância da matéria-prima será possível levar o curso de artesanato em porungo como aprendizado às mulheres alunas beneficiadas pela Samt. “A entidade está aprimorando e expandindo seu trabalho, valorizando os recursos naturais e as mãos de quem aqui vive. Exemplos são o porungo e a lã de ovelha, a ser utilizada no nosso futuro Centro de Tecelagem e Tapeçaria”, pondera a presidente da Samt, Rosa Abou Hatem.

Jamaru

Porungo, porongo ou cabaça é a designação comum dos frutos de plantas da família das cucurbitáceas e da família das bignoniáceas. As plantas são chamadas de cabaceira, porongueiro, cabaceiro, dependendo da região. Na Amazônia, por exemplo, é jamaru.
 

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