Médicos e odontólogos alertados sobre remédios impróprios para idosos

“A população brasileira está envelhecendo e precisa de qualidade de vida.” Camila Duarte Froehner

As doenças e complicações mais comuns atendidas nas UBSs são hipertensão, diabetes, AVC e infarto (Foto: Nilton Wolff)

Em torno de 60 médicos e odontólogos da rede municipal de Atenção Básica em Saúde se reuniram na manhã desta terça-feira (19) no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Eles receberam orientações da médica Camila Duarte Froehner, especialista em geriatria, quanto ao atendimento da população idosa nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A médica explicou os motivos e os efeitos colaterais decorrentes do uso de medicamentos considerados potencialmente inapropriados para idosos devido a interações entre medicamento e doença ou medicamento e síndrome. A especialista citou as condições do paciente em insuficiência cardíaca, síncope, convulsão crônica ou epilepsia, delírios, histórico de quedas ou fraturas, insônia, doença de Parkinson, entre outros, e fez referência de fármacos. Ela diz que é necessário cuidado extremo ao atender um idoso e receitar medicamentos que efetivamente sejam necessários e que os ajudem, pois consiste numa fase da vida em que o medicamento pode amenizar um problema, mas criar outros. O alerta deve ser feito a familiares e cuidadores que o acompanham e saibam do que ele precisa diariamente. “A população brasileira está envelhecendo e precisa de qualidade de vida”, reflete. Vida ativa O encontro foi baseado nos Critérios de Beers-Fick ou lista de Beers, uma listagem dos medicamentos considerados inapropriados ou pouco seguros para serem administrados em geriatria, constituindo uma referência para os profissionais acerca da segurança de administração medicamentosa na pessoa idosa. Baseia-se nas alterações fisiológicas próprias da idade e na fisiopatologia que tornam os pacientes mais suscetíveis aos efeitos secundários dos remédios. O óleo mineral, por exemplo, bastante utilizado como laxante, ao lubrificar as fezes e não permitindo a absorção excessiva de água nos intestinos, pode causar embolia. Os critérios classificam as interações medicamentosas, ou seja, qual medicamento não combina com o outro e não poderá ser utilizado. As doenças e complicações mais comuns atendidas nas UBSs são hipertensão, diabetes, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto. “A ideia é que o idoso tenha vida ativa e não seja dependente, mesmo tendo alguma patologia”, ressalta a gerente de Atenção Básica, Nayara Alano de Moraes.