Lages, de acordo com o grupo, poderá ser uma grande alternativa para o Oeste de Santa Catarina e o Noroeste do Rio Grande do Sul quanto ao armazenamento de produtos
Uma comissão será formada para formalizar um pré-projeto, que deverá ser encaminhado ao prefeito Elizeu Mattos (Foto: Daniele Mendes de Melo)
Representantes dos segmentos industrial, comercial e prestador de serviços, convidados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, se reuniram na manhã desta quinta-feira (6) para discutir a hipótese de Lages aproveitar seu potencial geográfico e logístico para abrigar e desenvolver as potencialidades de um porto seco. Este foi o primeiro encontro do grupo. “Nunca foi tão propício falar em porto seco. O Brasil é um campeão de safras, mas tem passado por grandes dificuldades no quesito logística”, analisa o secretário Luís Carlos Pinheiro Filho.
Ele frisa a alta relevância das ramificações e estrutura das malhas rodoviária, ferroviária e aeroviária do município. Lages, de acordo com as lideranças, poderá ser uma grande alternativa para o Oeste de Santa Catarina e o Noroeste do Rio Grande do Sul quanto ao armazenamento de produtos. No Brasil, os portos secos têm participação da iniciativa privada e contam com grandes espaços com fortes capacidades de armazenagem (entre cinco e dez mil metros quadrados), o que, segundo Pinheiro, aparece como vantagem frente aos portos.
Em grandes centros, diz Pinheiro, há estrangulamentos. “Do Porto de Paranaguá até Curitiba, no Paraná, durante a safra de soja, pode-se ver até cem quilômetros de congestionamento de caminhões. A rede ferroviária de Lages, por exemplo, pode ser melhor explorada”, avalia. O Brasil conta com 41 portos secos, ao todo, segundo informações da Receita Federal, sendo oito ferroviários. Destes, seis no Rio Grande do Sul, um em Corumbá (MS) e outro em Guajará-Mirim (GO).
O empresário Valdemiro Hildebrando, no encontro representando a Associação Empresarial de Lages (Acil), comenta que Anápolis, no Estado Goiás, serve como ilustração de porto seco. “É uma região industrial no centro do país e recebe atenção especial de Manaus (AM) por causa das exportações. Contudo, tem um aeroporto grande, mas desativado, que se tornará somente de cargas”, explica.
O que ficou decidido
Ao final da reunião se decidiu que o assunto será levado ao delegado titular da Receita Federal do Brasil em Lages, Carlos Alberto Padlipskas, assim como aos responsáveis pelos portos marítimos de Itajaí e Imbituba (Santa Catarina possui mais dois, em São Francisco do Sul e Navegantes) e a um dos empresários com estrutura física inativa em Lages.
Uma comissão será formada para formalizar um pré-projeto, que deverá ser encaminhado ao prefeito Elizeu Mattos e ao governo do Estado. “Temos de buscar os operadores de investimentos, pois temos todas as condições de instalar um porto seco em Lages, mapear áreas com boa capacidade de armazenagem, mas que estão ociosas, e discutir os benefícios e conexões à Ferrovia da Integração (ou Ferrovia do Frango, estrada de ferro projetada pelo governo federal para interligar a região Oeste aos portos catarinenses, sobre a qual se cogita a possibilidade de ser interligada ao ramal ferroviário que vai do Planalto Norte para Lages)”, observa Pinheiro.
A presidenta da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Rosani Rodrigues Pocai, adianta que o assunto será mencionado durante a reunião do Fórum das Entidades, dia 11, às 8h30min. Participaram também da reunião o diretor executivo da CDL, Jhonathan Roberto da Silva; o vice-presidente do Núcleo Jovem da Acil, Juliano Chiodelli; o chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Lages, Everson José Goular, e o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes e Transportadores de Cargas do Planalto Serrano (Setplan), Osvaldo Piloni.
Data: 07/03/2014
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