“Optamos por uma abordagem que levante o astral feminino, discutindo saídas legais e sociais para as problemáticas.” Erli Camargo
Ciúme é um dos motivos levantados por agressores para tentar justificar reações violentas (Foto: Daniele Mendes de Melo)
Quinta-feira (13), das 14h às 18h, o teatro Marajoara receberá o seminário comemorativo ao Dia Internacional da Mulher, promovido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Entre as atrações do evento, que será gratuito e dirigido a profissionais e comunidade, está a abordagem da coordenadora e presidenta do Conselho dos Direitos da Mulher, Erli Camargo, também assessora jurídica e pedagógica do Centro de Direitos Humanos (CDH) Irmã Jandira Bettoni. O tema de sua explanação será “Protocolo de Atenção às Vítimas de Violência de Lages”.
O Protocolo é composto por seis entidades, três governamentais (Assistência Social, Saúde e Educação), e três não governamentais (Cáritas Diocesana, CDH e Fórum Catarinense pelo Fim da Violência e da Exploração Sexual Infanto-Juvenil). É um documento composto por orientações, práticas de como agir nas dificuldades, que nasceu em 2004 e em 2008 ressurgiu. Em 2010, o diálogo foi retomado e o Ministério Público (MP) se propôs, junto a um projeto de diagnóstico de atendimentos da rede de serviços à população e dificuldades enfrentadas, produzido pelos cursos de psicologia e serviço social, a rediscutir o Protocolo, que foi revisado.
Mais de 50 entidades se interessaram e firmaram o documento. Uma plenária geral elegeu seis entidades para formar uma comissão em 2013. “Violência contra a mulher é um tema pesado e não será o único a ser trabalhado no seminário, mas também as políticas públicas para a mulher. Optamos por uma abordagem que levante o astral feminino, discutindo saídas legais e sociais para as problemáticas”, detalha Erli, ressaltando que as preocupações se estendem às mulheres que não são abrangidas pelas políticas públicas e precisam ser atendidas por profissionais de forma particular, a exemplo de psicólogos.
Pelo fim da violência
A cada 15 segundos, uma mulher é agredida no Brasil e em 95% dos casos, a violência parte de maridos, namorados ou companheiros. Estes dados fazem parte da divulgação das atividades da Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência Contra a Mulher, da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
A Frente foi criada em dezembro de 2013 para agir dentro e fora do Legislativo, no sentido de ampliar a estrutura pública contra a violência, agir na conscientização dos homens e assim transformar a cultura machista que, segundo a iniciativa, permeia a sociedade. O presidente da Frente Parlamentar é o deputado padre Pedro Baldissera.
A violência contra a mulher é entendida como qualquer ato ou conduta, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto público como privado. Este tipo de violência já é reconhecido pela própria Organização das Nações Unidas (ONU) como um grave problema de saúde pública.
A Lei nº 11.340/2006, conhecida por “Lei Maria da Penha”, regulamenta os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher e recebeu este nome em homenagem à Maria da Penha, que se tornou símbolo de um caso de violência doméstica.
Data: 07/03/2014
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