Crise derruba presidente de federação, e Fifa pode excluir Uruguai da Copa-2014

O Comitê Executivo da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), que tinha Sebastián Bauzá como presidente, anunciou a renúncia nesta segunda-feira, de acordo com a AFP. A decisão aconteceu depois que o presidente do Uruguai, Jose Mujica, decidiu retirar a polícia dos jogos de futebol.

"Os recentes acontecimentos demonstram a necessidade de outros pontos de vista políticos de como governar o futebol", diz um comunicado do conselho da AUF.

O presidente Mujica ordenou que a polícia deixasse os estádios Centenário e Parque Central, onde jogam os dois maiores times do Uruguai, Peñarol e Nacional. A decisão aconteceu depois do duelo entre Nacional e Newell's Old Boys, da Argentina, pela Copa Libertadores, na última semana. Um grupo de policiais saiu ferido em confronto com a torcida do clube uruguaio.

No último domingo, o jogo entre Peñarol e Miramar Misiones foi cancelado depois que os jogadores alegaram falta de segurança no estádio Centenário. Apesar do jogo não acontecer, a AUF tratou como um caso isolado e disse que os demais jogos da elite uruguaia vão ocorrer normalmente.

Copa ameaçada

A crise do futebol uruguaio estoura faltando apenas dois meses para a Copa do Mundo. Também nesta segunda-feira, o site "Ovación Digital" publicou que a Fifa tem acompanhado de perto a movimentação na AUF e acena com a ameaça de deixar o Uruguai fora da Copa do Mundo.

O órgão que comanda o futebol mundial estaria investigando a saída dos dirigentes, pois, segundo o jornal, a Conmebol teria relatado que as pressões sobre o Executivo da AUF vêm de um grupo de empresários que teriam ligação com o governo.

Se ficar comprovado que o governo interferiu nos assuntos da Associação, visando o benefício de terceiros, a FIFA pode decidir por excluir a filiação da AUF no órgão e excluir o Uruguai do Mundial.