“Achavam que no Brasil o turismo girava em torno das praias. Não imaginavam que existisse esse potencial para cavalgadas. Eles voltam dos passeios maravilhados, com lágrimas nos olhos. A Serra é uma joia bruta a ser lapidada.” Paul Coudenys
A expedição contava com 13 pessoas dos Estados Unidos, Bélgica, França, Holanda e Inglaterra. Eles passaram sete dias na região e visitaram 14 fazendas (Foto: Toninho Vieira)
A Serra catarinense foi o destino escolhido por um grupo de turistas estrangeiros que conferiram de perto as belezas naturais, a cultura, a gastronomia e o jeito serrano de viver. A expedição contava com 13 pessoas de cinco países: Estados Unidos, Bélgica, França, Holanda e Inglaterra. Eles passaram sete dias na Serra e visitaram 14 fazendas, algumas com mais de 200 anos de fundação, nos municípios de Lages, Painel e Capão Alto. A excursão foi organizada pela operadora Coxilha Rica Turismo Equestre, de Robério Bianchini, com mais de dez anos de experiência no turismo rural e há quatro anos atuando em área internacional.
O contato com o grupo de turistas se deu através da agência Gaúcho do Brasil, intermediado por Paul Coudenys, um guia belga que passou a residir no Brasil. Os fazendeiros da região interessados adaptaram suas propriedades para recebê-los. Eles oferecem hospedagem e a gastronomia típica, sempre com reservas antecipadas.
Jeito serrano
Daniel Camargo Klein e a esposa Mirelle Klein, proprietários da Fazenda Chapada, em Painel, despertaram para este lado empreendedor do turismo rural e recebem turistas estrangeiros há quatro anos. “Sempre gostei de cavalgadas, então surgiu a oportunidade de mostrar nossa cultura para pessoas de outros países e ainda incrementar a renda. Não mudamos em nada nossa rotina, porque eles vêm para conhecer nosso estilo de vida”, comenta.
Para o secretário de Turismo de Lages, Flávio Agustini, que fez questão de receber o grupo em seu último dia de visita, na Fazenda Chapada, esta é uma oportunidade de mostrar o grande potencial turístico da região, também internacionalmente. “Além de proporcionar o aquecimento da economia nos municípios que recebem as excursões, há a troca de experiências entre as várias etnias e o nosso jeito serrano. Precisamos apoiar este tipo de iniciativa, mapeando a região e direcionando outros eventos, como passeios de bike”, comenta.
Quase 200 quilômetros de cavalgada
A atividade principal, escolhida pelos visitantes, foi a cavalgada. Todos os participantes são cavaleiros experientes e têm essa atividade como hobby; muitos são membros de clubes equestres em seus países de origem. Foram percorridos aproximadamente 185 quilômetros a cavalo pelas propriedades, com uma média de seis horas diárias de atividade.
Eles passaram por fazendas centenárias, corredores de taipas, matas e araucárias, rios e riachos de águas cristalinas e o caminho que os tropeiros seguiam, na Coxilha Rica. “Essas pessoas viajam pelo mundo participando deste tipo de passeio. Em alguns países europeus e da África as cavalgadas são muito comuns e existe bastante oferta. Na Europa este é o terceiro esporte mais praticado. Mas acredito que a Serra catarinense seja um local privilegiado. São paisagens únicas”, diz o empresário Robério Bianchini.
A turista holandesa Els Hardorff, 49 anos, conta que já participou de cavalgadas em 27 países e considerou a Coxilha Rica um dos cinco melhores lugares para a atividade. “Eles ficam surpreendidos aqui. Achavam que no Brasil o turismo girava só em torno das praias, que são muito bonitas, e não imaginavam que existisse esse potencial para cavalgadas. Eles voltam dos passeios maravilhados, com lágrimas nos olhos. A Serra catarinense é uma joia bruta a ser lapidada”, comenta o guia Paul.
Gastronomia e musicalidade
Na chegada de cada cavalgada os turistas eram recebidos com música ao vivo interpretada por artistas locais. Na Fazenda Chapada, Daniel Lucena apresentou seu repertório com músicas genuinamente serranas. “Eles adoraram e disseram que esta foi a excursão mais ‘musical’ que já tenham participado”, afirma Paul. No cardápio, comida típica, simples e abundante. A receptividade e alegria do serrano, o calor humano e a satisfação em mostrar a cultura local encantaram os turistas.
Junto com o grupo havia uma jornalista norte-americana, Kate Kellaway. Ela registrou todos os momentos e a publicação sairá na revista mensal Harper’s Magazine, a segunda mais antiga em circulação nos Estados Unidos, com 163 anos.
Data: 25/02/2014
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