domingo, 10 de novembro de 2013

Uso do etc.

Estamos diante de um termo – etc. – do qual comumente fazemos uso. Assim, dado esse caráter, às vezes não nos sentimos tão preocupados acerca das reais características que o norteiam. Partindo dessa prerrogativa, estaria ele submetido a algumas regras, assim como tantos outros assuntos relacionados à língua?

Dada tal ocorrência, partamos rumo à concretização de mais um intento: descobrir se sim ou se não. Para tanto, eis que algumas elucidações tendem a se fazer presentes, entre elas:

O termo em questão representa a abreviatura da expressão latina et cetera, cujo significado se refere a “e outras coisas”, “e outros (da mesma espécie), “e assim por diante”. Semelhantemente aos demais elementos linguísticos, ele também se encontra submetido a alguns pormenores, sobretudo no que tange à utilização, pormenores estes assim demarcados:

* Em virtude do fato de já haver o elemento de ligação “e” na forma original (decorrente de razões etimológicas), não há necessidade de fazer uso de tal conectivo. Assim, constatemos o exemplo que segue:

Nas férias fomos ao cinema, visitamos o zoológico, passeamos pelo parque e etc. Convenientemente, poderíamos optar por:

Nas férias fomos ao cinema, visitamos o zoológico, passeamos pelo parque, etc. 

Alguns gramáticos condenam o uso da vírgula, justamente em virtude do aspecto mencionado anteriormente (o conectivo implícito); outros a concebem como elemento necessário, visto que com o passar do tempo o referido termo passou a representar um elemento enumerativo – razão pela qual o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) o apresenta precedido de pontuação.

* O uso das reticências após esse termo é muito recorrente, fato que contraria suas regras de uso. Assim, conveniente é optar ou só pelo uso das reticências ou somente pelo uso do etc., mas não os dois juntos. Vejamos, portanto: 

Nas férias fomos ao cinema, visitamos o zoológico, passeamos pelo parque, etc. 
ou
Nas férias fomos ao cinema, visitamos o zoológico, passeamos pelo parque...

* Quando se faz referência a pessoas, deve-se evitar seu uso, haja vista que o seu sentido é “demais coisas”, e coisas não são pessoas. Dessa forma, constatemos: 

Compareceram à reunião: Paulo, Rafaela, Márcio e Luiz. 

* Em se tratando de um só elemento, o seu uso não é necessário, como por exemplo: 

Nas férias fomos ao cinema.

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