Semasa planeja melhorias no tratamento de água potável e de resíduos provenientes de esgoto sanitário. O valor somará aproximadamente R$ 1 bilhão
Divide-se nas etapas de diagnóstico; prognóstico; programas, projetos e ações; mecanismos e procedimentos de controle, e a versão final do documento (Fotos: Nilton Wolff)
A comunidade do bairro Habitação e arredores acompanhou na tarde desta quinta-feira (31) o primeiro seminário de abordagem do Plano Municipal de Saneamento Básico, elaborado pela Secretaria Municipal de Águas e Saneamento (Semasa), esmiuçado pelo diretor de Águas e Saneamento, Vilson Rodrigues da Silva, o consultor e engenheiro civil Tássio Barbosa, e a consultora e engenheira ambiental Mariana Schaedler, profissional habilitada a abordar sobre a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem da água pluvial. Segundo ela, a população de Lages, em moradias e prédios comerciais, produz 76 toneladas de resíduos ao dia.
O Plano Municipal busca cumprir determinação legal de 2007, sobre sua elaboração, somando-se às explicações dos sistemas de tratamento de água, esgotamento sanitário, limpeza de resíduos e drenagem pluvial, incluindo o histórico de cada uma dessas vertentes e os investimentos programados para aplicação em melhorias nos próximos 30 anos em Lages.
O plano de trabalho divide-se nas etapas de diagnóstico; prognóstico; programas, projetos e ações; mecanismos e procedimentos de controle, e a versão final do Plano, divulgado e discutido através de uma audiência pública, conforme Tássio. Houve espaço para o detalhamento dos sistemas das unidades territoriais urbana e dos distritos Salto Caveiras e Índios, com análise das características demográficas e planejamento.
Nas propostas da Semasa, gestora dos serviços desde 2003, após a transferência das atividades antes desenvolvidas pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), consta a ideia de formatar-se uma agência municipal reguladora, com organização de tarifas adequadas e atenção à eficiência dos serviços, continuidade, segurança, cortesia e modicidade.
Durante o rigoroso estudo foram diagnosticados os índices de perdas em relação ao volume de águas devido à ausência de hidrômetros em residências e pontos comerciais, o que está fixado atualmente em 54%. “A meta de redução será gradual até que se chegue ao percentual de 25% no décimo ano de execução”, reitera Tássio. E para conquistar-se o ganho de eficiência serão necessários setorização, recadastramentos e pesquisas de vazamento.
Outro tópico lembrado tange ao consumo residencial, pois 58% das residências em Lages consomem entre 0 e 10 metros cúbicos de água, sendo que quase a totalidade das ligações já conta com medição regular por meio de hidrômetros. “A Semasa comprou 25 mil hidrômetros que serão entregues e instalados, pois dos 45 mil instalados atualmente, 30 mil estão antigos, com prazo de validade vencido (no máximo cinco anos de funcionamento preciso). A população pode estar preparada, pois constantemente haverá a troca dos aparelhos”, alerta.
Serviços essenciais esclarecidos didaticamente
Foram mencionados, também, a Estação de Tratamento de Água (ETA), bem como a de Tratamento de Esgoto (ETE), o manancial do rio Caveiras, unidade de captação ao lado da Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) – com três conjuntos de bombas, a adutora com capacidade para 800 mil litros e tamanho de 400 metros, com explicações desde a coagulação até a desinfecção e fluoretação da água, e sobre as Estações Elevatórias de Esgoto (EEE). “A compilação de informações repassadas de forma clara e concisa serviu para informar e receber sugestões da população ouvinte. O feedback é essencial para nortear melhor nossas atividades”, acredita Vilson.
Ainda este ano será renovada a estrutura da ETA, com a retirada das madeiras velhas e postos novos quadros de inox e melhoradas as estruturas dos floculadores e decantadores, já que da maneira como se encontram acabam atrapalhando o processo de tratamento da água. Filtros também passarão por modificações, com reforma e pintura e o anel de distribuição de água para nove bairros será reforçado. Os anos de 2014 e 2015 compreenderão o período de substituição de redes antigas. Hoje são mais de 740 de quilômetros de rede de água. Uma coletiva, eliminando a rede individual existente atualmente, será implementada no Salto Caveiras, conforme o planejamento.
Além disso, a Semasa está estudando estratégia para secar os decantadores em funcionamento para a retirada de lodos que se formam no fundo. Esse procedimento é realizado em finais de semana, com seu desligamento, prejudicando o abastecimento. Nos dois laboratórios instalados na própria estação são realizadas 15 mil análises mensalmente, onde existem também 20 reservatórios.
Mais de 20 quilômetros de rede de esgoto
Lages conta com cinco Estações de Tratamento de Esgoto, a principal está localizada no bairro Caça e Tiro, e duas estão em construção pelo Complexo Araucária e Complexo Ponte Grande. São mais de 20 quilômetros de rede de esgotamento sanitário. Com a conclusão das obras do Araucária, abrangendo outros bairros, chegará a quase 40 quilômetros.
No Plano está prevista a implementação do processo de desinfecção e a melhoria do processo ocorrido no leito de secagem, que hoje é realizado manualmente. “Lages conta com 143 quilômetros de rede coletora de resíduos instalada. No décimo ano pretendemos chegar a 95% de coleta e tratamento de esgoto no município. Para o Salto Caveiras e em Índios a Semasa prevê uma rede coletora de resíduos”, observa o consultor Tássio Barbosa.
Às 19h, nesta quinta-feira (31), será a vez da população do bairro Araucária e adjacências receber os esclarecimentos da Semasa, na Associação de Moradores. Na sexta, dia 1º, às 19h30min, o seminário está programado para acontecer na Capela Divino Espírito Santo, no Coral.
Quanto será investido
Os investimentos previstos pela Semasa para aplicação em melhorias no tratamento de água potável e de resíduos provenientes de esgoto sanitário, durante 30 anos, somará aproximadamente R$ 1 bilhão. O processo de revitalização do sistema de limpeza de resíduos (lixo e manutenção de ruas em relação a varrição, recolhimento de gramas, galhos e deposição) deverá receber investimentos na ordem de R$ 250 milhões e a drenagem pluvial contabilizará cerca de R$ 80 milhões em melhorias.
Data: 31/10/2013
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