Imunizar o maior número possível de habitantes com idade a partir dos seis meses de vida contra a gripe, além dos grupos prioritários de condições de saúde frágeis, antes do começo do inverno, pela tendência do aumento das infecções respiratórias, expandindo a cobertura vacinal da 25ª Campanha Nacional de Vacinação, passou a ser a meta dos municípios brasileiros. A estação mais gelada do ano inicia oficialmente no dia 21 de junho, porém, o Ministério da Saúde (MS) adiantou, na sexta-feira (12 de maio), a recomendação que deverá impactar a proteção gradativa de milhões de moradores do Brasil de faixas etárias variáveis: A ampliação da vacinação contra a gripe no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir desta segunda-feira (15 de maio), abrindo-a para todos.
A liberação da vacina da gripe para o público em geral acontece antes do encerramento da Campanha de Vacinação, marcado para 31 de maio. Em anos anteriores, o governo federal adotava a estratégia de estender a imunização a todos ao final da Campanha, para dar prioridade a pessoas mais vulneráveis ou mais expostas ao vírus. A Campanha Nacional iniciou em 10 de abril e o Dia D foi em 6 deste mês.
As vacinas utilizadas são trivalentes (H1N1, H3N2 e Influenza), as quais contêm os antígenos purificados de duas cepas do tipo A e uma B. A estratégia de vacinação contra a Influenza foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1999, com o propósito de reduzir internações, complicações e óbitos na população-alvo.
Até o momento, aproximadamente 21 milhões de pessoas receberam a vacina contra a Influenza, o que representa cerca de 30% do grupo prioritário. Mais de 80 milhões de doses da vacina trivalente, produzidas pelo Instituto Butantan, foram distribuídas para todo o país. A meta é vacinar 90% da população.
A procura pelo imunizante está baixa e, os estoques, cheios. “A orientação atende ao pedido de Estados e municípios, que podem usar as vacinas em estoque e adotar estratégias locais para operacionalizar a imunização, atendendo às realidades de cada região”, pontua o Ministério da Saúde (MS). De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, este é o Movimento Nacional pela Vacinação, entre Ministério da Saúde, Estados, municípios e sociedade civil.
Fundamental, a imunização reduz a carga da doença, especialmente em pessoas com problemas de saúde e idosos, prevenindo hospitalizações e mortes, bem como diminui a sobrecarga nos serviços de saúde. Até o fim de abril, ao menos 253 mortes foram confirmadas em razão da doença.
Em Lages, a prefeitura, por intermédio da Secretaria da Saúde, informa à comunidade de que as doses permanecem disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) com sala de vacina até o dia 31 de maio. No Centro de Estudo e Assistência à Saúde da Mulher (Ceasm), Programa Cresça Melhor e Hospital Tereza Ramos, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, e no Centro de Vacinação Tito Bianchini, de segunda a quinta-feira, das 18h às 20h. Necessário apresentar documento oficial de identidade com foto e Carteira/Cartão de Vacina.
O município de Lages possui um público-alvo de 62.905 pessoas dentro dos grupos prioritários - crianças (seis meses a cinco anos e 11 meses), pessoas de 60 anos ou mais, gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, povos indígenas, trabalhadores da saúde, professores e demais trabalhadores da educação, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários, forças de segurança e salvamento, forças armadas e funcionários do sistema de privação de liberdade. Mais de 50% desta meta já havia sido imunizada até o fim do Dia D.
No dia 6 de maio, em Lages, conforme a coordenadora de Imunização, Franciele Cesar Hoffer Costa, foram aplicadas 1.136 doses. Em nível nacional, o público-alvo da Campanha Nacional corresponde a 81.766.016 pessoas e a meta é vacinar pelo menos 90% de cada um dos grupos elegíveis.
Ainda no Dia D em Lages houve aplicação da vacina bivalente da Covid-19, em pessoas com mais de 18 anos com o esquema vacinal contra o novo coronavírus completo, seguido por um intervalo de quatro meses. Nas primeiras horas já haviam sido aplicadas cerca de 250 doses da bivalente, em Lages. Além da bivalente, também foram aplicadas primeiras doses, e segundas doses das vacinas Coronavac e da Pfizer em pessoas que ainda não haviam sido imunizadas por completo.
Esta vacina é mesmo segura?
As vacinas Influenza sazonais têm perfil de segurança considerado excelente e, geralmente, são bem toleradas. Manifestações, como dor no local da injeção, são comuns e ocorrem em 15% a 20% dos pacientes, são benignas e geralmente resolvidas em 48 horas.
A vacina é fabricada com vírus inativados, fragmentados e purificados, ou seja, não é capaz de induzir o desenvolvimento da doença. A composição e a concentração de antígenos são atualizadas a cada ano, seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Ministério da Saúde (MS) reforça que o imunizante pode ser administrado simultaneamente com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação.
Mas você sabe o que é a gripe e seus tipos de vírus?
A gripe, uma infecção viral aguda do sistema respiratório, provocada pelo vírus da Influenza, de elevada transmissibilidade e distribuição global e com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais, e pode também causar pandemias. O período de incubação dos vírus Influenza é geralmente de dois dias, variando entre um e quatro dias. A transmissão ocorre principalmente de pessoa para pessoa, através de gotículas respiratórias produzidas por tosse, espirros ou fala da pessoa infectada para uma pessoa suscetível.
Existem quatro tipos de vírus da gripe: A, B, C e D. Os dois primeiros são mais propícios a provocar epidemias em ciclos anuais, enquanto o C costuma provocar alguns casos mais leves, e o D não é conhecido por infectar ou causar doenças em humanos.
Os sinais e os sintomas da doença são variáveis, e podem ocorrer desde a infecção assintomática até formas graves. Os quadros graves ocorrem com maior frequência em indivíduos com apresentação de fatores ou condições de risco para as complicações da infecção, lactentes no primeiro ano de vida e crianças de seis meses a menores de seis anos de idade, gestantes, idosos com 60 anos ou mais e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais.
A síndrome gripal (SG) está caracterizada pelo aparecimento súbito de febre, cefaleia, dores musculares (mialgia), tosse, dor de garganta e fadiga. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias.
Os sintomas respiratórios, como, a tosse e outros tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de três por cinco dias após o desaparecimento da febre. Nos casos mais graves, geralmente, existe dificuldade respiratória e há necessidade de hospitalização. Em situações em que ocorre agravamento dos casos, estes podem evoluir para a síndrome respiratória aguda grave (Srag) ou mesmo óbito.
Texto: Daniele Mendes de Melo
Arte: Divulgação