Aos 71 anos, Elias Antonio Vicenci, faz das aulas de saxofone da Escola de Artes, da Prefeitura e Fundação Cultural, uma terapia que lhe mantém feliz e cheio de disposição
Instigado a tocar instrumentos de sopro pela banda do exército, Elias Antonio Vicenci, 71 anos, iniciou seu hobby como músico ainda aos 18 anos, quando ingressou ao serviço militar brasileiro. Apaixonado por instrumentos de sopro, Vicenci já tocou trombone e clarinete, e atualmente participa das aulas de saxofone da Escola de Artes Elionir Camargo Martins, da Prefeitura de Lages e Fundação Cultural (FCL).
Participando do curso de saxofone desde o início de 2019, a história de Vicenci com a música vem de muito tempo. Na década de 70, quando jovem, gostava de fazer som nas baterias das escolas carnavalescas de Lages, participou das bandas do exército e do Colégio Santa Rosa de Lima, e também é o músico oficial da família.
Em um ambiente descontraído, onde se encontra o instrutor de saxofone André Wilson Silva, e mais dois alunos, o bem humorado Vicenci conta uma história rotineira que acontece em sua casa. “Eu comecei a tocar a música “Parabéns”, e as pessoas diziam: Nossa! Só toca os Parabéns? Daí, o pessoal aplaudia, e já acabava a festa, e então, hoje em dia eu toco os “Parabéns” e mais outra música, para prolongar a festa da família”, conta aos risos.
A família do Senhor Elias sempre foi ligada à música e arte em geral. Uma de suas filhas é instrutora de Ballet e a outra faz dança do ventre. Os familiares sempre foram os incentivadores para que continuasse a desenvolver e fazer suas apresentações, ainda que, aos 71 anos a disposição não é mais a mesma. Porém, a dedicação como pai de família é o que lhe move para continuar levando a cultura através da música para dentro de casa. “Quando chega uma visita em casa e eu estou tocando saxofone dentro do meu quarto, minha esposa diz à visita que eu estou rezando e que não é para me incomodar”, conta o músico.
Guiado pelo instrutor André, Vicenci comenta a importância de estar aprendendo e se desenvolvendo com quem domina todas as técnicas do instrumento. “O instrutor está levando nós alunos a fazer o certo, pois às vezes tocamos em casa e pensamos que estamos fazendo da maneira correta, mas estamos errados, é aí que entra o trabalho do André para nos corrigir e ensinar a melhor maneira de tocar”. O instrutor André diz que a evolução como músico só vem com o tempo e a dedicação.
Vicenci conta que esteve na cidade do Rio de Janeiro em um treinamento do exército, e quando chegou foi logo procurando por seu instrumento preferido na época - o clarinete, mas não conseguiu, pois a banda no exército carioca não possuía, e por um período de um ano, ficou sem tocar nenhum instrumento. “Fiquei um ano parado e quando voltei para casa pensei: fiquei um ano inteiro sem tocar e também um pouco desanimado, mas, voltei a tocar e nunca mais passei se quer um mês sem estar em contato com meus brinquedos”.
Os instrumentos de sopro são de tanta importância para Elias como o coração é para o funcionamento do corpo humano, se parar de tocar morre. E é assim que durante cinco décadas ele continua a tocar e cumpre uma agenda cheia de compromissos, seja para própria família ou em eventos que a Escola de Artes participa.
Texto e fotos: Rafael Rodrigues
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