segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Chegou a vez de os homens receberem cuidados especiais na Semana D do Novembro Azul

Está sem tempo de ir ao médico para uma consulta simples de rotina? Trabalha ou estuda o dia inteiro? Não se preocupe, pois Lages terá cinco dias para ouvir os homens
O Outubro Rosa mais uma vez deixou sua marca de alerta à saúde das mulheres mundialmente, para prevenção e diagnóstico precoce ao câncer de mama e ao câncer do colo do útero. Agora os homens devem prestar mais atenção à programação do Novembro Azul, com os exames de prevenção ao câncer de próstata junto ao seu médico urologista em visitas regulares ao consultório e utilizar os serviços da rede pública em ralação à saúde em geral. Os exames detectam até 80% dos casos de câncer de próstata.
Em Lages, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) irão receber o público em uma mobilização especial na Semana D, entre os dias 18 e 22 de novembro (segunda a sexta-feira), no período noturno, a critério de cada uma das 28 Unidades de Saúde do município de Lages. Geralmente este atendimento expandido acontece das 18h às 22h. Como alvos do Novembro Azul estão os homens a partir dos 20 anos de idade, que devem comparecer apresentando Cartão SUS e Cartão da Família, como esclarece a gerente das UBSs, Melissa Proença Palma Nunes. As estruturas da área rural seguem a programação mensal com atendimento médico e de dentista, conforme roteiro pré-estabelecido.
Na Semana D serão ofertadas consultas médicas, odontológicas e de enfermagem; testes rápidos para vírus HIV/Aids, sífilis e hepatites B e C. O exame masculino específico será realizado somente se o médico avaliar sua necessidade.
Calcula-se que durante os cinco dias da Semana D sejam prestados, em média, 500 atendimentos. Fora da campanha Novembro Azul, os homens podem procurar atendimento nas Unidades de Saúde. O Centro de Estudo e Assistência à Saúde da Mulher (Ceasm) oferece vasectomia para todos os homens com 25 anos e/ou que tenham no mínimo dois filhos, em que o segundo tenha a partir de seis meses de vida. “Antes de sermos gestores públicos, somos seres humanos e a prudência com a saúde deve ser permanente. Nós somos filhos, irmãos, esposos, pais e avôs, temos de pensar em nós mesmos e na nossa família quando o assunto é precaução, pois o custo do reparo é mais caro que a prevenção, em todos os sentidos. E a prefeitura de Lages está a postos para receber os homens que trabalham o dia inteiro, de portas abertas à noite nas Unidades de Saúde. Contamos com vocês nesta causa, combatendo os índices negativos e cuidando da saúde para estar junto de quem amamos, com longevidade e qualidade de vida”, convida o prefeito Antonio Ceron.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca)/Ministério da Saúde (MS), aponta informações baseadas nas melhores evidências científicas na promoção da saúde do homem de modo consciente e equilibrado. Com origem em 2003, na Austrália, o Novembro Azul tem o intuito de chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças que atingem a população masculina.
Recentemente, o Ministério da Saúde (MS) lançou, com apoio técnico do Inca, a página Câncer de próstata; causa, sintomas, tratamento e prevençãoem seu portal na Internet. O Instituto também postou a cartilha Câncer de próstata: vamos falar sobre isso? Além disto, o Inca produziu o vídeo Saúde do Homem - um alerta e um convite para que o homem se cuide.
O Ministério da Saúde e o Inca, em 2015, editaram nota técnica na qual sugerem, entre outras medidas, “a capacitação dos profissionais da atenção básica para que esclareçam os homens sobre os sintomas do câncer de próstata; a promoção da qualificação dos agentes comunitários e das equipes de saúde da família para que também possam orientar a população; a implementação de estratégias educacionais, de comunicação e de divulgação de medidas preventivas, promoção e atenção à saúde masculina, e a instauração de políticas nacionais voltadas para a saúde do homem e da pessoa idosa”.
O que é câncer de próstata?
Trata-se de um tumor que afeta a próstata, glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele.
As estimativas apontam pouco mais de 68 mil novos casos em 2019, correspondendo a um risco estimado de 66 casos novos a cada 100 mil homens, além de ser a segunda causa de morte por câncer em homens no Brasil, com mais de 14 mil óbitos.
A doença é confirmada após fazer a biópsia, indicada ao ser encontrada alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou no toque retal, que somente são prescritos a partir da suspeita de um caso por um médico especialista. Os fatores de risco são idade (a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos), histórico de câncer na família e sobrepeso e obesidade.
Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas e, quando apresenta, os mais comuns são dificuldade de urinar, demora em começar e terminar de urinar, sangue na urina, diminuição do jato de urina e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Estes sinais também ocorrem devido a doenças benignas da próstata, por exemplo hiperplasia benigna da próstata (aumento benigno da próstata e afeta mais da metade dos homens com idade superior a 50 anos e ocorre naturalmente com o avançar da idade) e prostatite (inflamação na próstata, geralmente causada por bactérias).
E o tratamento?
Há diversas modalidades/técnicas de tratamento, combinadas ou não. Todas as modalidades de tratamento são oferecidas, de forma integral e gratuita, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS). Como explica o Ministério da Saúde, a principal delas é a cirurgia, que pode ser aplicada junto à radioterapia e tratamento hormonal, conforme cada caso.
Quando localizado apenas na próstata, a doença pode ser tratada com cirurgia oncológica, radioterapia e até mesmo observação vigilante, em alguns casos especiais. No caso de metástase, ou seja, se o câncer da próstata tiver se espalhado para outros órgãos, a radioterapia é utilizada junto com tratamento hormonal, além de tratamentos paliativos. A escolha do tratamento mais adequado é feita individualmente, por médico especializado, após definidos riscos, benefícios e melhores resultados para cada paciente, conforme estágio da doença e condições clínicas do paciente.
Mas como se cuidar?
O Ministério da Saúde lembra já estar comprovada a contribuição de uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, na diminuição do risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não-transmissíveis. Neste sentido, outros hábitos também são recomendados, como cumprir, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de bebida alcoólica e não fumar.
Texto: Daniele Mendes de Melo, com colaboração do Ministério da Saúde
Imagem: Divulgação

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