A importância do diagnóstico precoce, as fases de aceitação da doença e os novos tratamentos e tecnologias disponíveis foram alguns dos temas abordados no 2º Seminário Catarinense sobre Esclerose Múltipla, realizado na noite desta sexta-feira (30), na Assembleia Legislativa. O evento foi promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Alesc, Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira e Associação Florianópolis e Região de Esclerose Múltipla (Aflorem), para marcar o Dia Estadual de Prevenção e Informação sobre a doença, celebrado em 30 de agosto.
O evento reuniu portadores de esclerose, seus familiares e profissionais que lidam com a doença. Eles usaram laços de cor laranja, alusivos ao Agosto Laranja, mês de conscientizaçao sobre a esclerose, e acompanharam palestras do neurologista do Hospital Universitário da UFSC Adaucto Nogueira Junior, do fisioterapeuta Vítor Adamcyzk e da psicóloga Gislaine Echeverria, que é portadora da doença.
De acordo com o neurologista Adaucto Nogueira Junior, a esclerose múltipla é uma doença degenerativa que atinge o sistema nervoso central e acomete principalmente mulheres, caucasianas, entre 20 e 50 anos de idade, em regiões de clima frio e temperado. Ela não tem cura, mas se for diagnosticada precocemente e tratada a tempo pode evitar sequelas graves.
“É uma doença com diagnóstico bastante difícil, até para os médicos”, comentou o neurologista. “Quanto mais precoce o diagnóstico, quanto mais difundirmos informações sobre a doença, maiores são as chances de diminuirmos as sequelas e melhorar a qualidade de vida da pessoa.”
Entre os sintomas mais comuns, estão a visão borrada ou dupla, que pode vir acompanhada de dor ao se movimentar os olhos. Os pacientes também apresentam perda de equilíbrio, dormência nos membros, perda de força e de sensibilidade. Esses sintomas são persistentes e podem apresentar fases de melhora e de piora acentuada.
A presidente da Aflorem, Suelen Alves, convive com a esclerose múltipla há quase 15 anos. Segundo ela, eventos como o seminário desta sexta buscam dar mais divulgação à doença. Ela estima que em Santa Catarina mais de 1 mil pessoas convivam com a esclerose.
“Nossa doença é invisível, a gente precisa dessa divulgação até para orientarmos aqueles que estão perdidos”, comentou. “Queremos trabalhar mais com políticas públicas voltadas à esclerose e na busca por parcerias para darmos o encaminhamento adequado àqueles que nos procuram.”
A assessora técnica da comissão, Janice Krasniak, representou o deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), presidente do colegiado, no seminário. Segundo ela, o evento é importante para que a Assembleia dê mais visibilidade à doença.
“Esse evento abrange uma área temática da comissão, que é discutir políticas públicas que tragam melhor qualidade de vida para as pessoas. E hoje, Dia Estadual de Prevenção e Informação sobre Esclerose Múltipla, é o dia de chamar a atenção para essa questão”, disse.
Durante o seminário, a Aflorem homenageou profissionais e parceiros da entidade. Entre os homenageados, está o ex-deputado José Nei Ascari, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que foi autor do projeto de lei que deu origem ao dia estadual sobre a esclerose múltipla.
Marcelo Espinoza / AGÊNCIA AL
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