Prefeitura esteve diretamente no Aeroporto envolvida no auxílio para resolução do problema
Antes do previsto, a aeronave envolvida em um acidente durante uma tentativa de pouso no Aeroporto Federal Antônio Correia Pinto de Macedo, no final da manhã desta terça-feira (18 de junho), foi removida por um caminhão munck que a içou para cima de um caminhão em plataforma até um dos hangares do Aeroporto em Lages. O Aeroporto esteve interditado por poucas horas.
A Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Turismo está acompanhando os desfechos para acelerar a retomada da normalidade de pousos e decolagens no Aeroporto Federal Antônio Correia Pinto de Macedo após a ocorrência. A prefeitura de Lages está atenta, motivada pelo alto fluxo de movimentação de público que chega à cidade para prestigiar as atrações da 31ª Festa Nacional do Pinhão. A aeronave Embraer 711 (EMB-711), Código Fonético PT-NXT, com capacidade para quatro passageiros, da empresa Felisberto Córdova Advogados, de Florianópolis, estava se deslocando do Aeroclube de São José, Grande Florianópolis, para Lages e, de acordo com o gestor operacional da Infracea Controle de Espaço Aéreo (administradora do Aeroporto Federal), capitão Marconi Augusto Farias de Oliveira, baseado no relato do piloto, por volta de 11h50min, ao ingressar no circuito de tráfego, o piloto deu comando para tentar baixar o trem de pouso, não obtendo êxito, seguindo então o procedimento padrão de baixar manualmente, tentando efetuar o pouso.
Segundo disse o piloto a Marconi, o avião chegou a tocar o solo, correu um pouco na pista, mas logo ele percebeu que o trem de pouso do lado direito começou a se recolher e adotou a medida de sair da pista, derrapando e parando no solo com gramado, à beira da pista. Se não tivesse agido desta forma, o piloto teria de interditar a pista. O avião deveria ter pousado cerca de 90 metros à frente de onde estava. Da borda da pista parou a 15 metros de distância.
O fiscal de pátio do Aeroporto Federal estava acompanhando o pouso e prontamente prestou apoio. O Corpo de Bombeiros foi acionado e em cinco minutos já estava no local do sinistro.
Não houve feridos, entretanto, os passageiros estavam nitidamente assustados. Estavam na aeronave o piloto e mais dois passageiros. “Por se tratar de uma firma particular, iriam tratar de assuntos jurídicos em Lages, acredito eu. Eu elogio o piloto, que conseguiu pousar bem, apesar do recolhimento do trem. Havia familiares e amigos aqui em aguardo e levaram os passageiros, que estavam bem e foram averiguados pelos bombeiros e posteriormente liberados”, comenta Marconi. Policiais militares estiveram no local para verificar a situação. O piloto foi orientado a reivindicar a produção de um Boletim de Ocorrência (B.O.) até por exigência da seguradora para prestação de assistência.
Investigação
A Infracea acionou o Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa V), com sede em Porto Alegre (RS), através do tenente Almeida, oficial da Aeronáutica, que averigua fotos e filmagens de vários ângulos, incluindo parte de baixo, em material produzido pela administradora do Aeroporto, e colhimento de depoimento do piloto. A investigação transcorrerá normalmente e deve gerar um parecer com a circunstância do incidente, o que deve se prolongar por cerca de 90 dias.
O veículo aéreo foi guinchado a partir das 16h conforme autorizado pelo Seripa e levado para um hangar no próprio Aeroporto. Há um Plano de Degradação do Aeródromo (emergência), documento em que se prevê a chamada de uma empresa de reboque em plataforma em casos de derrapagem ou capotamento, estando o veículo à disposição dos proprietários ou do Seripa nas situações de perícia.
Após a remoção do avião, a pista será vistoriada detalhadamente. Previamente foi detectado que dois balizamentos luminosos foram danificados (quebrados) com a colisão, mantendo-se intactas as bases. Foram estragadas somente as partes dos copos de vidro.
Estes balizamentos são frangíveis (no caso de batida quebram ou partem automaticamente). Pelo regulamento são aceitáveis até três balizamentos queimados, se ultrapassados, há interdição. A equipe técnica da Infracea irá consertar os utensílios. O Aeroporto possui mais de 50 balizamentos (luzes da pista), ao todo a pista tem 1.500 metros. É instalado um balizamento a cada 50 metros.
O Código Brasileiro de Aeronáutica mostra que nas ocorrências de aeronave com problema mecânico, as despesas são cobertas pelo seguro, e as de guincho correm por conta do dono. Os danos do balizamento serão absorvidos pela Infracea se os valores não forem altos, caso contrário, serão repassados para os proprietários.
Texto: Daniele Mendes de Melo
Fotos: Divulgação
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