Recentemente a plataforma de contratação HackerRank divulgou estudo que apurou a atual presença feminina em computação e programação.
A pesquisa 2019 HackerRank Women in Tech Report entrevistou mais de 12 mil mulheres de mais de 100 países diferentes e identificou que 30% das mulheres nativas digitais, da geração Z, nascidas depois de 1997, aprendem a programar antes dos 15 anos.
Quando essas mulheres chegam no mercado de trabalho elas já conhecem de duas a três linguagens de código e se tornam mais competitivas.
A pesquisa também levantou que essas mulheres não veem o Vale do Silíciocomo o epicentro do mundo tecnológico.
Durante as entrevistas essas profissionais buscam clareza sobre a vaga, qual será o seu papel na companhia e tendem a pular fora quando as informações não são claras.
Amor à primeira vista
Natalia Thiel nasceu em 1997 e se apaixonou pela programação desde seu primeiro contato com a linguagem, que ocorreu durante um curso técnico do Senai enquanto estava no ensino médio.
Seus pais não trabalhavam com tecnologia e quando era criança não tinha computador em casa, mesmo assim a curiosidade nasceu de maneira espontânea.
“Percebi que eu era capaz de imaginar algo e produzir aquela ideia programando, e a partir disso ajudar outras pessoas. Quando estou programando, a sensação é como se eu pudesse fazer qualquer coisa”, conta a desenvolvedora que hoje trabalha na Effecti, startup de Rio do Sul especialista em desenvolver automação para fornecedores que participam de licitações.
Ela destaca que na graduação em Ciência da Computação, sua turma de 40 estudantes contava com apenas sete mulheres:
“Às vezes você se sente um pouco sozinha nesse mundo da tecnologia, mas hoje em dia é possível ver programadoras em grandes eventos de tecnologia, em fóruns, em outros encontros. Isso ajuda muito. Queria que mais mulheres pudessem entrar nessa área, é muito gratificante”.
Uma outra geração
Poucos anos separam Nathália Marques de Oliveira e Raquel Baptista Gallo das mulheres da Geração Z.
As duas têm 26 anos e são programadoras no Agendor, plataforma de gestão comercial e CRM (gestão de relacionamento com clientes) de São Paulo.
Mesmo assim, percebem algumas diferenças entre a própria experiência com a computação e a das mulheres mais jovens.
"Atualmente é mais fácil ter um computador, encontrar informações, fazer cursos gratuitos de programação. O conteúdo é aberto a qualquer um que queira aprender”, diz Raquel, que é formada em Ciências da Computação desde 2017.
Tanto Raquel quanto Nathália percebem que a presença feminina no campo da tecnologia é crescente, ainda que reconheçam que o caminho é longo.
“O Agendor é a quinta empresa em que trabalho, mas é a primeira em que há outra programadora no meu time além de mim”, conta Nathália.
Seu primeiro contato com programação foi aos 17 anos, em uma disciplina da graduação em Engenharia Química, curso que ela trocou pelo de Engenharia da Computação.
Enquanto a geração Z estava nascendo
Quando a Geração Z estava nascendo, Rosana Demetrio Angelo Branascomeçava sua graduação em Ciências da Computação:
“Escolhi essa carreira no final dos anos 1990 porque queria trabalhar na área técnica e, dentre os cursos que eu analisei, optei pela computação. Foi uma decisão bem acertada. Obviamente, no início não foi fácil, mas consegui superar as dificuldades e me desenvolver, de modo que hoje me sinto uma profissional super qualificada. Gosto muito do que eu faço”.
Ela atua há 17 anos na área de desenvolvimento de software e começou a trabalhar na Dígitro, de Florianópolis, empresa que há mais de 40 anos desenvolve soluções para os segmentos de inteligência e comunicação corporativa.
“Iniciei na Dígitro em um estágio em programação há bastante tempo e evolui a minha carreira como desenvolvedora. Também fui analista de sistemas, gerenciei projetos e cheguei, inclusive, a atuar na gestão funcional de equipes e desenvolvimento. Há dois anos eu decidi voltar a assumir a posição de analista de sistemas e desenvolvedora junto de uma de nossas equipes”, detalha.
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