As obras de demolição do antigo Colégio Aristiliano Ramos, no Centro de Lages, apresentaram no fim da tarde desta quarta-feira, dia 20, o que pode ser um registro histórico de uma das cidades mais antigas de Santa Catarina.
Há alguns dias, quando os trabalhos já haviam sido iniciados, a Prefeitura recebeu a informação de uma possível caixa enterrada com mensagens escritas durante a construção do prédio, na década de 30.
A equipe da Secretaria de Planejamento e Obras investigou e descobriu um documento, intitulado Lages dos anos 10 e 30, do século XX, tendo como fonte o Jornal A Época, de 1934. O trecho diz o seguinte:
“Lançamento da pedra fundamental da Escola Normal. O fato realizou-se no dia 03/10/1934, com ata lavrada no momento do evento, assinada pelo senhor prefeito, as autoridades representativas do clero, autoridades educacionais, diretores e professores dos estabelecimentos de ensino, construtores, operários e muitas outras pessoas presentes. A ata, diversos números do Jornal A Época e moedas correntes foram postas em um vidro que foi depositado na cavidade talhada na pedra para tal fim. Em seguida foi arriada a pedra fundamental que foi assentada no lugar definitivo pelos operários Carlos Wagenfür e Atilio Floriani ao som de músicas e palmas”.
Cuidado redobrado durante as obras e serviço especializado para preservar a relíquia
Com a preciosa informação em mãos, a Prefeitura determinou à empresa responsável pela demolição do prédio que tomasse todo o cuidado necessário no sentido de preservar a relíquia, caso viesse a ser encontrada. E o que era uma expectativa, revelou-se uma grata surpresa.
No fim da tarde de ontem , um pote de vidro guardado dentro de uma caixa de pedra foi localizada sob o terreno do prédio. O recipiente foi cuidadosamente recolhido e ficará guardado em local seguro.
Como o material está bastante úmido e comprometido, a Fundação Cultural de Lages providenciará de imediato os trabalhos técnicos de secagem e, se necessário, restauração, com profissionais especializados nesse tipo de serviço. E quando tudo estiver concluído, os lageanos poderão conhecer o conteúdo de algo que ficou debaixo da terra por 83 longos anos.
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