sexta-feira, 30 de junho de 2017

Seminário de Gênero discute formas de superação do preconceito na escola

Seminário de Gênero discute formas de superação do preconceito na escola

A Secretaria Municipal de Educação promoveu, na tarde desta sexta-feira (30), o 1° Seminário de Gênero e Educação – Formas de Superação de Preconceito e Discriminação na Escola. O evento reuniu convidados especiais e professores da rede municipal de ensino, e foi realizado no auditório do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac).
O tema foi abordado pela palestrante Mareli Eliane Graupe, pesquisadora de gêneros que fez doutorado na Universidade de Osnabrück, na Alemanha, e integra um grupo de pesquisa na Uniplac.
Ela defende ser extremamente importante articular a discussão de gênero no campo da educação, justamente porque nenhuma pessoa deixa no portão da escola suas representações sociais, culturais, históricas e o que pensa com relação a “meninos” e “meninas”. Os próprios livros didáticos estão demarcados por estereótipos sexuais, ou seja, o que é considerado apropriado para homens e mulheres. “Infelizmente ainda temos muitos preconceitos nas famílias, nas escolas e na sociedade em geral. Precisamos pautar esta temática, pois estamos falando de pessoas, quem são estes sujeitos e o que pensam a respeito para, a partir daí, desconstruir estereótipos, preconceitos e discriminações. Lutamos por uma educação justa e igualitária”, diz Marilei.
Para a secretária da Educação, Valdirene Vieira, o preconceito de gênero não abrange somente o masculino e o feminino, mas toda e qualquer forma de exclusão na sociedade, seja pela cor, pelo jeito de ser, opção sexual ou condições sociais. “Estamos em pleno século XXI, em um momento histórico onde são discutidas várias questões, principalmente nas escolas, pois partindo da educação são abrangidos vários segmentos na sociedade. Questões de gênero, inclusão social e diversidade necessitam serem discutidas, ainda mais porque vivemos numa região bastante preconceituosa, com discriminações seja contra mulheres, negros, homossexuais e todos aqueles que são diferentes. É papel da escola fomentar estas discussões”, argumenta.
Alguns números assustam
A Rede de Desenvolvimento Comunitário Casa de Gente, de Lages, também marcou presença no Seminário com uma apresentação de parte de seus integrantes, e apresentaram alguns números bastante preocupantes com relação aos feminicídios no Brasil e na Serra Catarinense.
Segundo dados de fontes oficiais, este é o quinto país com maior índice de violência contra mulheres, e Lages está entre os 15 municípios com maiores registros neste sentido. O mapa da violência mostra que mulheres negras estão entre a maioria das vítimas, e o caso piora quando se trata de mulheres transexuais, onde a expectativa de vida delas cai para apenas 35 anos.
Cerca de 27% dos assassinatos de mulheres acontecem dentro de suas próprias residências, sendo considerado um local de risco para elas, e 50% dos atos violentos praticados são de familiares próximos. “Nosso projeto acolhe todo tipo de gente, onde temos música, rodas de conversa e reflexões. É muito triste nos dar conta desta realidade, por isso estendemos a mão a quem precisa”, destaca o grupo Casa de Gente.

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