Profissionais prestadores de serviços públicos atuantes nas ruas, avenidas, praças, parques e prédios vinculados a órgãos de esfera governamental, estão sujeitos a presenciar situações de natureza adversa em virtude dos ambientes onde desempenham suas tarefas. Ou seja, nem sempre o dia a dia se limita à risca e ao estrito exercício dos papeis.
Na noite do último domingo (18), um fato inusitado, e ao mesmo tempo perturbador, surgiu na rotina de dois agentes de trânsito em Lages, com atividade concentrada na Avenida Luís de Camões, no Coral. O trabalho ocorria naquele local com maior intensidade devido à Festa Nacional do Pinhão e esta era a última noite do evento.
A dupla de agentes de trânsito, Anderson da Silva e Luiz Henrique Meira, estava de viatura retornando ao seu posto na área do Conta Dinheiro depois de atender a uma ocorrência de perseguição a um veículo que trafegava na contramão naquela região e foi prontamente solicitada para que se dirigisse a um sinistro no mínimo incomum no seu cotidiano. Mal sabiam eles o que lhes esperava.
Os profissionais avistaram um rapaz que estava com intuito de se lançar do viaduto da Camões. Segundo relato dos profissionais, um garoto de 17 anos estava chorando sentado na mureta do viaduto, ameaçando jogar-se de uma altura de cinco metros de altura. Eram dois os grandes riscos, a queda contra o solo e o de um atropelamento imediato na BR-282. A queda, dependendo das proporções, poderia ser fatal.
Na ocasião, populares curiosos e outros, nervosos com a iminência do descuido, resvalo ou mesmo a queda do adolescente, torciam para que tudo ficasse bem. Para tornar a situação ainda mais tensa, a mãe do rapaz estava presente, contudo, tentava manter a calma e distrair o próprio filho.
Enquanto o agente Luiz Henrique e a mãe conversavam com o menino na tentativa de distrair e tranquilizar seu ânimo, abordando a ideia, Anderson sorrateiramente se aproximou e abraçou a vítima, derrubando-a no chão, pondo fim à angústia da família e de quem ali mais presenciava o fato, e evitando uma tragédia ainda maior. Por causa do ato corajoso e de solidariedade, o agente Anderson sofreu escoriações leves, mas logo já estava de volta ao trabalho, cumprindo sua jornada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário