Conforme previsto na Lei nº 11.428/06, a Lei da Mata Atlântica, os municípios devem assumir sua parte na proteção dessa importante floresta através dos instrumentos de planejamento. Nesta quinta-feira (24), biólogos, técnicos, engenheiros florestais, representantes da Secretaria do Meio Ambiente e Serviços Públicos, da Secretaria da Agricultura e Pesca, de secretarias afins de outros municípios e da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), reuniram-se para discutir a elaboração do Plano Municipal de Preservação da Mata Atlântica.
Este é o quarto encontro e teve como proposta a realização da oficina “Mapa Falado”. “É uma oficina prática, na qual os participantes conseguem visualizar no mapa os remanescentes da vegetação da nossa região e também pensar em futuras áreas que poderão servir como de conservação. Estamos preocupados em alinhar o desenvolvimento econômico do município com a questão ambiental e de preservação do bioma”, explica a bióloga da Secretaria do Meio Ambiente, Michelle Pelozato.
A primeira oficina foi de apresentação do Plano, seu objetivo e como poderia ser desenvolvido, através de várias etapas. O segundo encontro aconteceu durante o Mês do Meio Ambiente, em junho, trabalhando também com lideranças políticas além da comunidade em geral, prevendo as metas que deveriam estar inseridas no Plano, além dos pontos fracos e fortes do município nesta questão.
O Plano Municipal de Preservação da Mata Atlântica é um instrumento que deveria ser adotado por todos os municípios brasileiros, mas poucos ainda estão se mobilizando para isso. Em Santa Catarina um dos poucos municípios que já concluíram o Plano é Dona Ema, no Oeste. Lages é o único na Serra Catarinense que já está encaminhado, através da Ong Apremavi. “Lages é um dos municípios mais importantes do Estado, sendo referência também nesta questão da elaboração do Plano, dando exemplo aos municípios menores da região. Somente quem possui este documento poderá contar com recursos da União destinados à preservação”, salienta o engenheiro florestal da Apremavi, Leandro Casanova.
Um dado preocupante da Fundação SOS Mata Atlântica mostra que Santa Catarina está em terceiro lugar no ranking do desmatamento. “Não adianta o município ter o seu plano definido e no seu entorno não. Por isso decidimos por reunir representantes de outros municípios da região para incentivá-los a se mobilizar também”, destaca Michelle.
Educação ambiental nas escolas
A terceira oficina foi uma formação com 84 professores das séries iniciais da rede municipal de ensino. Na oportunidade foi apresentado o projeto de educação ambiental que será implantado nas escolas. A próxima formação será com os professores da rede estadual. O objetivo foi refletir sobre o tema “Mata Atlântica – conhecer para conservar” e discutir a inserção nas disciplinas do currículo pedagógico.
No cronograma, que terá continuidade em 2017, terão atividades com os alunos, entre elas visitas às áreas de conservação permanente, realização de trilhas, elaboração de questionários, entre outras que visam o incentivo ao interesse pelo assunto. Também serão prestadas orientações sobre a unidade de conservação que existe no município, sobre as espécies de animais e plantas nativas e a importância da preservação das nascentes.
Metas para os próximos 20 anos
O Plano Municipal de Preservação da Mata Atlântica reúne e normatiza os elementos necessários à proteção, conservação, recuperação e uso sustentável da mesma. Ele será um documento com metas e ações que deverão ser seguidas pelos próximos 20 anos. A previsão é de que até meados de 2017 o documento esteja concluído e entregue à população. “Serão necessárias revisões a cada três ou quatro anos, para verificar se as metas serão alcançadas e o que pode melhorar. Por isso a importância da participação da comunidade, trazendo novas demandas para dentro da secretaria, pois Lages tem uma extensão territorial muito grande, difícil de acompanhar sozinhos”, esclarece Michelle.
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