sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Instalação de plataforma ajudará Defesa Civil no monitoramento do rio Carahá

Instalação de plataforma ajudará Defesa Civil no monitoramento do rio Carahá
Profissionais técnicos da empresa Água e Solo Estudos e Projetos, de Porto Alegre, estiveram em Lages durante esta sexta-feira (9) cumprindo o planejamento de instalar a Plataforma de Coleta de Dados (PCD) Hidrológica Automática/estação hidrológica, doada pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) à Defesa Civil municipal. O Cemaden é órgão integrante do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O equipamento, com custo estimado de R$ 40 mil, foi fixado em um ponto estratégico no bairro Habitação, mais precisamente na lateral superior da ponte da rua Cirilo Vieira Ramos, local de fluxo do rio Carahá, onde já foram registradas inúmeras ocorrências de inundações, cheias e enchentes.
As características do equipamento consistem na dotação de um radar apontado para a lâmina da água do rio, com o lançamento de um feixe de luz. O tempo que o feixe leva para bater na lâmina e voltar significa a altura. Basicamente, isto é o que monitora o nível das águas. O aparelho é formado, ainda, por um pluviômetro, painel solar, antena GSM (Global System for Mobile Communications, ou Sistema Global para Comunicações Móveis) e uma câmera. Esta última fotografa a situação imediata e serve como um meio de comunicação de hora em hora para a central do Cemaden, possibilitando a qualquer cidadão, em tempo real, através de seu site, o acompanhamento do nível do Carahá naquele trecho, reafirmando o atual panorama de Lages como uma cidade digital, com facilidades a sua população. A plataforma entrará em funcionamento ainda nesta sexta.
A atividade do aparelho permite o monitoramento do nível e, por consequência, a partir de elevações de cotas, a Defesa Civil consegue tomar atitudes de emergência frente aos resultados constatados pelas averiguações da plataforma, como emissão de alertas, interdições e resgate de famílias. Até então, naquela parte do rio, a Defesa Civil se baseava na cobertura, por água, do brasão do Exército que se encontra na estrutura de concreto na parte inferior da ponte.

Mais sete cidades de Santa Catarina

O técnico em hidrologia, Felipe Oliveira, um dos responsáveis pelo serviço, explica que, em Santa Catarina, a empresa já instalou aparelhos de modelo idêntico em Araranguá, Jacinto Machado, Forquilhinha e Pedras Grandes. Outros sete municípios devem receber exemplares da plataforma. A próxima cidade será São José, na Grande Florianópolis. O trabalho de implantação já foi completado no Estado do Rio Grande do Sul e ainda restam cidades do Paraná. Além da plataforma, a equipe instalou réguas de nível para monitoramento no fundo do rio até o poste do outro lado da rua Cirilo Vieira Ramos.
O secretário-executivo da Defesa Civil, Jacques Alves, antecipa que será desenvolvido um trabalho de conscientização junto à população, visando à preservação deste patrimônio público, uma vez que se trata de um bem público em benefício da própria comunidade. “Este mecanismo pode sim ajudar a salvar vidas. Devemos coibir eventuais atos de vandalismo e nos dar as mãos em prol da nossa cidade. Há determinadas épocas do ano em que as chuvas são torrenciais e o alerta redobra”. O local onde está situado a PCD está devidamente identificado com uma placa da Defesa Civil, com orientações. Segundo Jacques, uma capacitação sobre o aparelho e os avisos necessários à população, interligados à plataforma, será ministrada à Polícia Militar (PM), Corpo de Bombeiros e à imprensa. “E todos poderão estar engajados, pois unidos realizaremos um trabalho com maior eficácia”, conclui o secretário-executivo. Acadêmicos de engenharia ambiental do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), parceiros plenos da Defesa Civil em estudos e pesquisa e desenvolvimento de iniciativas em favor da prevenção de desastres, acompanharam o trabalho nesta tarde e alunos de escolas municipais poderão visitar o espaço e conhecer o meio, numa forma de conscientização ambiental e de cidadania.

Alta tecnologia

Estas estações estão sendo instaladas preferencialmente em pontes ou piers localizados em núcleos urbanos, tendo sido desenhadas para permitir uma rápida e fácil instalação. As PCDs monitoram nível das águas do rio, precipitação de chuva e incluem uma câmera, integradas ao datalogger de maneira a permitir registros fotográficos em tempo real da situação do rio. As modernas plataformas consistem de uma unidade central de processamento (CPU) com memórias, alimentadas por duas baterias que são carregadas por energia solar.
As informações geradas serão transmitidas através do uso das redes de telefonia celular por GPRS(General Packet Radio Services, ou Serviços Gerais de Pacote por Rádio), uma tecnologia que tem o objetivo de aumentar as taxas de transferência de dados entre celulares, facilitando a comunicação e o acesso a redes. O monitoramento será online via Cemaden, sem ser necessário estar humanamente junto ao aparelho recolhendo os dados apreendidos. O aumento da rede observacional de dados hidrológicos permitirá, ainda conforme explicações do Cemaden, a melhoria da capacidade de monitoramento e emissão de alertas de riscos de natureza hidrológica.

150 equipamentos

O Cemaden foi criado em 2011 e busca, desde então, a consolidação do Sistema Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, em parceria com diversas instituições, por intermédio da implementação de uma rede de instrumentos meteorológicos, hidrológicos e geotécnicos inovadores. Atualmente, o Cemaden conta com uma rede da ordem de cinco mil Plataformas de Coleta de Dados ambientais instaladas em todas as regiões do país.
Com a parte do esforço de aprimoramento contínuo, o Cemaden está ampliando sua rede observacional hidrológica através da instalação de 150 novos equipamentos, adquiridos com recursos próprios, os quais se somarão a outras 112 estações instaladas nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. As primeiras PCDs Hidrológicas Automáticas foram adquiridas pelo Projeto “Desenvolvimento de sistema de previsão de enxurradas, inundações e movimentos de massa em encostas para prevenção de desastres naturais”, financiado pelo CNPq, e estão em operação desde 2014.
Segundo o Cemaden, de 41 municípios do Sul, vistoriados pela empresa Água & Solo, contratada pelo Cemaden para realização dos trabalhos de campo e de instalação dos equipamentos, 26 municípios foram selecionados para a instalação de 27 PCDs Hidrológicas, equipamentos que se somarão às 17 PCDs Hidrológicas Automáticas já colocadas.

 Galeria Toninho Vieira



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