Uma das novidades compartilhadas na tarde desta quinta-feira (31) entre representantes dos corpos docente e discente do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), durante o Workshop sobre Gestão e Tecnologia de Estradas Rurais, promovido pela Secretaria de Agricultura e Pesca, foi o lançamento do novo mapa da malha viária rural do município. Com o mapa será possível dimensionar e corresponder à meta inicial de direcionar uma equipe de manutenção em cada uma das localidades.
Esta é a primeira versão do mapa. “Temos entraves financeiros, mas estamos buscando o melhor uso dos recursos e, a partir da definição do quantitativo das estradas, desejamos estabelecer o maquinário necessário e adquirir novos equipamentos de frota, redimensionando operários da Patrulha Rural”, pontua o secretário de Agricultura e Pesca, Moisés Savian. Hoje a Patrulha Rural conta com três patrolas, duas retroescavadeiras, dois tratores, um trator de esteira, uma escavadeira hidráulica, dois rolos compactadores, seis caminhões, entre outros.
O mapeamento, elaborado em conjunto com o CAV, facilitará os trabalhos de recuperação e manutenção permanente das vias por parte do Município. “Temos ciência de que somente a manutenção não é suficiente para garantir a qualidade, mas poderemos obter ótimos resultados com o Sisger para monitoramento e comunicado de pontos críticos, para acelerar nosso retorno com maior precisão. Estamos há um ano e meio trabalhando nesse projeto”, informa.
Onde encontrar o mapa
Com acesso gratuito e aberto ao público, o evento desta quinta-feira teve como meta divulgar a experiência desenvolvida entre a prefeitura e a Udesc a partir do Sistema de Gestão de Estradas Rurais (Sisger). Da década de 1980, o mapa até então existente não responde mais às características e necessidades. Com a internet, toda a população terá acesso ao mapeamento, que pode ser encontrado no link http://mgo.ms/s/b3m1v e será utilizado pelas comunidades do interior, e também pela urbana, uma vez que sua demanda é ampla.
O Sisger, apresentado recentemente em Brasília, é um conjunto de medidas articuladas para que se tenha estradas melhores para o escoamento das produções agrícola, pecuária e florestal, além da mobilidade assegurada à comunidade para acesso à saúde e educação.
Trabalho em andamento
O estudo a campo, realizado entre educadores e acadêmicos de engenharia, constatou até agora a existência de 1.517 quilômetros de estradas rurais ao longo dos territórios de abrangência de Lages e 34 localidades, em conformidade com o próprio Plano Municipal de Desenvolvimento Rural (que irá para votação na Câmara de Vereadores nos próximos dias), além de pontes de madeira, bueiros e edificações comunitárias. “A parte de campo ainda não foi finalizada devido a grande extensão. É um trabalho demorado e envolve custos. Foi realizado o rastreamento em 560 quilômetros”, descreve o secretário de Agricultura e Pesca, Moisés Savian.
O quinto e último ponto de ações pré-estabelecidas para o Sisger tornar-se integralmente iniciado equivale à sinalização vertical e endereçamento com os nomes das localidades rurais, em que 25 placas refletivas serão instaladas ao longo das vias, em pontos estratégicos. A colocação iniciará na próxima semana. A nomenclatura, de 1974, também passou por modificações. “Agora a questão é melhorar a abordagem de cada um dos cinco itens do Sistema. Melhorar o atendimento, pois muitas vezes temos dificuldade no tempo-resposta para as demandas, a normatização no aspecto de contar com os mecanismos de penalidade sobre o mau uso das estradas de chão batido e a própria manutenção. O Sisger terá desenvolvimento contínuo”, detalha.
Cinco ações
As cinco ações a serem organizadas e estruturadas são atendimento, através das fichas e dos comunicados virtuais com interação via aplicativo GerenciaVias, formado por imagem georreferenciada, breve descrição e contato de e-mail e telefônico; normatização, com a nova Lei Municipal, de 2015, em substituição à Lei de 1911, tratando o tema com contemporaneidade; banco de dados assumido pela Udesc; manutenção e conservação, e sinalização e endereçamento. O Projeto de Lei de 2014 dispõe sobre as estradas rurais, classificando as vias, define diretrizes para construção e conservação, proíbe condutas danosas, autoriza a execução do Programa Pró-Cascalho e o Sisger. O único aspecto mantido da antiga Lei refere-se à largura da estrada, que é de 15 metros.
Novos avanços
Consta no planejamento da Secretaria de Agricultura e Pesca a ampliação de equipes no interior, com a geração de mais uma, além das três existentes, sendo uma voltada para revitalização de pontes. Esses servidores atenderão as três grandes regiões: Índios, no Leste, a mais densa e de maior concentração populacional, composta por Macacos, Cadeados, Lambedor, Três Árvores e Rancho de Tábuas; Salto Caveiras, a Oeste, e Coxilha Rica, ao Sul. Moisés Savian explica que uma bolsista está acompanhando o trabalho de mapeamento de 40 pontos turísticos iniciado nesta quinta (31) na Coxilha Rica, pela Secretaria de Turismo.
Contribuição direta da Udesc
O doutor em Geodésicas, professor da Udesc, Marcos Bendito Schimalski, abordou o trabalho de cadastro das estradas e apresentou o novo mapa, com explanações técnicas. O especialista esmiuçou a criação do banco de dados, baseado em dados geográficos, com rastreios e medições sobre contorno das estradas, eixos da via, pontes, bueiros, tubulações, acessos, corpos de água, classificação automatizada da cobertura de solos e áreas de floresta plantada e natural, e agrícolas. Alguns dos dados repassados são os 2.626 quilômetros quadrados (262.637 hectares) e os 2.810 de áreas agrícolas constatados, os 149 mil hectares de área de campo e os 27 mil hectares de floresta plantada, em sua maioria pinus, além de eucalipto.
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