terça-feira, 29 de setembro de 2015

Compac decide pela permanência da pirâmide do Memorial Nereu Ramos

 
A princípio seria estabelecido outro tipo de cobertura, porém, a logística será modificada, mantendo-se a mesma forma
 
Projeto arquitetônico do memorial, dotado de uma pirâmide, foi o vencedor de concurso e questões autoral e ética devem ser preservadas (Foto: Marcio Avila)
 
A questão relacionada à cobertura da estrutura física do Memorial Nereu Ramos com o projeto apresentado pela empresa Occa, de retirar a pirâmide, teve um desfecho. O fato ensejou a manifestação da autoria do projeto, ou seja, da arquiteta Carla Macedo. Em reunião do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compac), dirigido por Gilson Maximo de Oliveira, diretor de Políticas Culturais da Fundação Cultural de Lages (FCL), no fim da tarde de segunda-feira (28), o pai de Carla, Antonio Rogério Macedo, representou a família. Por unanimidade decidiu-se pela permanência da pirâmide que faz parte do monumento que traz consigo a história político-administrativa de Nereu Ramos, único catarinense que assumiu a Presidência da República.
O projeto de Carla Macedo concorreu com outras sugestões arquitetônicas em um concurso do qual foi vencedora alguns anos atrás. “Há um direito autoral que deve ser respeitado, sob pena de sofrer-se um processo ético dentro dos próprios conselhos profissionais. Porém, o que pesou mais nesta reunião foi o bom senso dos lageanos de ter a compreensão de que o monumento já faz parte da nossa história e que está naquele local sem prejudicar o entorno do Centro Cultural revitalizado”, pontua o secretário de Planejamento, Jorge Raineski. O Memorial está localizado em anexo ao antigo Colégio Rosa, atualmente denominado Centro Cultural Vidal Ramos.
A princípio seria estabelecido outro tipo de cobertura, porém, a logística será modificada, mantendo-se a mesma forma. As preocupações que permeavam a questão era uma possível remoção da pirâmide, além da mudança do formato e a utilização de um vidro com 10 milímetros de espessura que seria utilizado após a remoção da pirâmide. O espaço de memória não é tombado. Ao contrário do Colégio Rosa, que passou pelo processo no início da década de 1990, pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC).

Melhorias a serem executadas
Em contrapartida, solicitou-se que sejam efetuadas melhorias, a exemplo de vidros quebrados que deverão ser trocados. A Estaca Engenharia está executando a obra. Um dos seus diretores, Carlos Lopes, esteve no local e se mostrou interessado na ideia desde que os ajustes financeiros sejam recalculados. “Não há objeção de sua parte. O senhor Rogério colocou-se à disposição para prestar toda assessoria necessária sem nenhum ônus para que a restauração seja realizada no sentido de se utilizar materiais mais modernos e melhorar o aspecto e visibilidade do monumento”, reitera Raineski.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, João Alberto Duarte, esteve presente na reunião e foi receptivo à proposta. Levará ao conhecimento da empresa responsável pelo projeto o que ficou definido. A reforma interna do Memorial Nereu Ramos deve ser concluída no mês de outubro. O projeto desenvolvido e executado pelo governo do Estado para revitalização do Colégio Vidal Ramos, o Colégio Rosa, contempla a reforma da parte externa do Memorial. Os trabalhos na parte de dentro, como a colocação de piso na sala de acervo, a reforma do mausoléu e hall com reboco, piso, pintura e gesso, estão sendo feitos pela prefeitura. A ideia é encerrar todos os trabalhos até dezembro.

O que é o Memorial
No dia 3 de setembro, o Memorial Nereu Ramos comemorou 23 anos. O monumento homenageia o cidadão lageano que chegou à Presidência da República, abrigando seus restos mortais e objetos a ele pertencentes. Mantido pela Fundação Cultural de Lages (FCL), o espaço de memória em homenagem a Nereu Ramos foi fundado em 3 de setembro de 1992, e apresenta ao visitante um pouco da vida do único presidente brasileiro nascido em Santa Catarina.
A maior parte do acervo pertence ao Museu da República e diversos objetos foram doados pela família de Nereu. No espaço são encontradas mais de 2.700 fotos que contam a história do lageano nascido na Coxilha Rica em 3 de setembro de 1888. Há também medalhas e placas de condecorações, jornais e revistas da época. Os restos mortais de Nereu, vítima de acidente aéreo em 1958, e um braço da poltrona do avião que caiu em São José dos Pinhais, no Paraná, fazem parte do patrimônio do memorial.
 

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