Em meio a tensões na economia chinesa e a desconfiança em relação às metas fiscais no Brasil, a moeda norte-americana voltou a fechar no maior nível em 12 anos. O dólar comercial encerrou hoje (27) vendido a R$ 3,364, com alta de 0,51% (R$ 0,017). A cotação está no maior nível desde 27 de março de 2003, quando tinha fechado em R$ 3,386.
No início do dia, o dólar chegou a ser vendido a R$ 3,377. A alta desacelerou nas horas seguintes, mas em ritmo insuficiente para fazer a cotação cair em relação ao fechamento de sexta-feira (24). A divisa registra alta de 8,2% apenas em julho. No acumulado do ano, a cotação subiu 26,5%.
Desde que a equipe econômica anunciou a redução para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) da meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública), na semana passada, o dólar passou a subir. Segundo economistas ouvidos pela Agência Brasil, a possibilidade de o país perder o grau de investimento das agências de classificação de risco tem pressionado o câmbio.
Fatores externos também têm feito o dólar subir em todo o mundo. Nesta segunda-feira, a Bolsa de Valores de Xangai (China) caiu 8,48%, a maior queda diária desde 2007, por causa da divulgação de indicadores econômicos que mostram a desaceleração da segunda economia mundial. A primeira é a dos Estados Unidos.
O Gabinete Nacional de Estatísticas da China anunciou hoje que, em junho, os lucros das grandes empresas industriais do país diminuíram 0,3% em relação a igual período de 2014. Além disso, foi divulgado que a atividade industrial apurada este mês é a mais baixa desde abril do ano passado, ampliando os receios que o abrandamento da economia mundial chinesa seja maior do que se esperava.
Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) da China cresceu 7,4%, o valor mais baixo dos últimos 24 anos. No primeiro semestre de 2015, o crescimento caiu para 7%. A China é o principal comprador de commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional) do Brasil. Crises econômicas no país asiático indicam a possibilidade de ampliação da queda das exportações brasileiras, o que pressiona o dólar aqui.
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