sábado, 25 de julho de 2015

Caps AD oferece mais de 20 oficinas para tratamento de dependentes químicos

Entre os trabalhos estão oficina de fábulas, jardinagem, artesanato, dança, música, esportes com bola, orientação e psicoeducação em saúde, vivências corporais, caminhada, neuróbica, desenvolvimento de habilidades e relaxamento
Há grupos de reencontro, apoio espiritual, de prevenção à recaída, de redução de danos, terapia comunitária e momentos para recreação (Foto: Marcio Avila, Sandro Scheuermann e Caps AD)
A equipe multiprofissional do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) trabalha de forma integrada para oferecer o melhor atendimento aos pacientes.Alémdos tratamentos com medicação, mais de 20 oficinas visam a reinserção à sociedade.Entre os trabalhos estão oficina de fábulas, jardinagem, artesanato, dança, expressão criativa, música, alongamento e ginástica localizada, esportes com bola, orientação e psicoeducação em saúde, vivências corporais, caminhada, neuróbica, desenvolvimento de habilidades e relaxamento.
Há também grupos de reencontro, apoio espiritual, de prevenção à recaída, de redução de danos, terapia comunitária e momentos para recreação. “Os grupos são pensados a partir da necessidade dos nossos pacientes, identificados pelas demandas que eles trazem, individual ouem grupos”,explica a coordenadora Patrícia Pereira. Muitasideias são discutidas e estratégias colocadas em prática. “Trabalhamos no contexto que agrega várias ações, buscando a melhoria na qualidade de vida, além dos processos de tratamento com medicação”, completa.
Entre os grupos e oficinas que mais se destacam e caíram no gosto dos pacientes estãoas práticas de terapia comunitária, neuróbica e vivências corporais. “Eles participam de todas as oficinas que o Caps oferece, mas estas estão recebendo destaque por atrair um número maior. Exemplo disso são os grupos de terapia comunitária: quando começamos com o projeto atingíamos cerca de 20 pacientes e hoje mais de 50 participam das rodas de conversa”, explica Patrícia.
Terapia Comunitária
O procedimento foi desenvolvido pelo médico psiquiatra Adalberto de Paula Barreto e hoje é reconhecido pelo Sistema Único de Saúde, fazendo parte das práticas integrativas e complementares do SUS, como a homeopatia e a fitoterapia.A prática é muito usada na saúde mental. A técnica foi desenvolvida quando o médico percebeu que mesmo com a medicação, em muitos casos, o paciente não apresentava melhoras: faltava algo para complementar o tratamento.
A partir dessa perspectiva ficou comprovado que não se chegaria aos resultados esperados apenas medicando o sofrimento. “Era preciso uma alternativa em que o paciente pudesse expor suas dificuldades e apontar soluções. Assim adotamos no Caps AD a técnica de terapia comunitária”, detalhaa coordenadora Patrícia Pereira.Nas rodas de conversas, conforme explica, os profissionais em saúde saem de cena para dar lugar ao ser humano que vai ouvir e contribuir no processo de cada paciente.
A pessoa precisa ser ouvida, segundo ela. “Ospacientes expõem seus problemas, elencamos o tema mais sério entre os comentados para o coletivo e a partir desse sofrimento relatado fazemos uma reflexão para resolver a questão. Assim saímos da lógica do tratamento somente com o medicamento”, relata.
Desde que a terapia comunitária foi implantada houve redução nas consultas de psiquiatria. “Estamos sensibilizando os pacientes, que entendem a proposta e procuram outras formas de tratamento além da medicação. Quando se consegue colocar para fora aquilo que está incomodando e começamos a processar o pensamento, transformando-o em emoção, conseguimos aliviar as cargas que cada pessoa carrega”, destaca.
Neuróbica
O grupo de neuróbica, que significa a aeróbica do neurônio, surgiu como uma proposta para a estimulação cognitiva a respeito da memória dos pacientes. Ogrupo oferece suporte com vários tipos de exercícios de estimulação cognitiva. Muitos apresentam esquecimento de memórias recentes em função do uso intenso de drogas. Os exercícios fazem com que eles pensem sobre todas as atividades no dia ou na semana passada, por exemplo. E é uma atividade que podemtambém fazer em casa.
Desintoxicação
Implantado em fevereiro deste ano, o programa de desintoxicação de substâncias químicas  trata o paciente,no Centro, reduzindo filas nos hospitais para esse tipo de atendimento. O serviço é ambulatorial e trata pacientes que se encaixam nos níveis leve e moderado. Nos casos mais graves a pessoa é encaminhada às unidades hospitalares.
Mesmo com o empenho da equipe, o processo é trabalhoso. E a cada20 usuários que iniciam o tratamento, pelo menos cinco não o concluem. “Mesmo assim os resultados são positivos, pois aqueles que ficam até o fim, além de mostrar força de vontade, diminuem o uso das substâncias”, relata.
Os pacientes que deixam de usar as substâncias fortalecem os que ainda estão tentando, dando apoio um ao outro, trocando experiências.Após o processo de desintoxicação eles passam por um período de manutenção por dois meses e participam do grupo de psicoeducação em saúde, quandoa equipe avaliao progresso.
Vivências Corporais
Também marcado como o grupo teatral do Caps AD, a proposta da oficina de vivências corporais é integrar os pacientes no tratamento visando à reinserção social. Durante as oficinas eles constroem o roteiro e as personagens, de acordo com o seu cotidiano.A psicóloga Dayane Malinverni coordena a oficina. Ela descreve que os pacientes desenvolvem o relacionamento interpessoal. “É um processo terapêutico que busca trazer os conflitos de maneira mais leve, por isso nossa primeira peça será com fantoches.Eles mesmos confeccionarão os bonecos”,finaliza.

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