Um grupo de professores estaduais em greve montou barracas e pretende acampar em frente à Secretaria de Estado da Educação (SED). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina (Sinte-SC), o objetivo é dormir no local, caso n]ao sejam retomadas as negociações com o governo do estado. Outras 23 pessoas entraram e ocupam o 10º andar do prédio.
A greve começou no dia 24 de março, mas as manifestações se iniciaram um mês antes. A principal reivindicação é o plano de carreira da categoria.
De acordo com a assessoria de imprensa da SED, os professores que estão dentro do estabelecimento aguardam para conversar com a chefia de gabinete do secretário de Estado da Educação Eduardo Deschamps. Segundo o Sinte, se não for acordada uma nova mesa de negociação, eles devem dormir dentro do prédio.
A decisão de pernoitar no local foi tomada durante um ato estadualizado na tarde desta quarta-feira (6). Segundo o Sinte-SC, cerca de 2,5 mil professores participaram do ato, que começou na Praça Tancredo Neves, em frente à Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Em caminhada, eles seguiram até a SED, que fica na Rua Antônio Luz, no Centro da capital, onde continuaram a manifestação.
Ocupação da Alesc
Desde o dia 28 de abril, professores estaduais voltaram a ocupar a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em protesto. Nesta quarta (6), um grupo de grevistas continuava no local.
Esta é a segunda vez, que os professores dormem na Alesc. No início de abril, os grevistas fizeram o mesmo tipo de protesto. Eles dormiram no saguão da assembleia nas noites dos dias 7 e 8 de abril e saíram no dia 9, quando o governo anunciou a revogação da Medida Provisória 198/2015, que foi revogada. Ela alterava a forma de pagamento dos professores temporários.
Impasse continua
O impasse sobre as negociações continua. O Sinte-SC informou na tarde de segunda-feira (4) que rejeitou a resposta do governo a um ofício enviado na semana passada, onde constavam quatro pontos para a retomada das negociações.
O documento protocolado pelo Sinte dia 28 de abril tinha os seguintes pontos: a instituição de uma mesa de negociação que não ultrapasse 30 dias, período em que nenhum projeto de lei deverá ser levado à Assembleia legislativa; a anistia de todas as faltas de 2012 a 2015; a revogação do decreto 3593/2010; e o pagamento do reajuste de 13,01% na carreira, retroativo a janeiro de 2015.
Na resposta, enviada ao Sinte na última quinta (30), o governo afirma concordar com a criação de uma mesa para discutir os demais itens listados no ofício, mas condiciona a retomada das negociações ao retorno dos professores às salas de aula. Segundo o documento, a proposta da nova carreira “está em desenvolvimento” na Secretaria de Estado da Educação.
“O governo não sinalizou com proposta nenhuma. Não aceitamos essa negociação na forma como está proposta”, explica Luiz Carlos Vieira, presidente do Sinte. Ele diz que vai esperar uma nova sinalização do governo.
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