O marido da médica morta durante uma tentativa de assalto em Criciúma, Sul catarinense, afirma que o casal se mudou de São Paulo para morar em uma cidade com mais segurança. "O que aconteceu foi uma tragédia. Um ato covarde, brutal e hediondo", diz em entrevista à RBS TV na sexta-feira (1º).
Na noite de segunda (27), a médica Mirella Maccarini Peruchi, de 35 anos, foi morta em uma tentativa de assalto quando voltava para casa. Dois jovens pediram para ela parar o carro Pajero que dirigia. Ela não obedeceu e os criminosos dispararam três vezes. Um dos tiros acertou a cabeça da vítima.
Jaime Lin, marido de Mirella, enfatiza que não houve nenhum tipo de reação por parte do casal. Ele estava com ela na hora do crime, no banco do passageiro. Após a médica ser baleada, o carro bateu contra uma árvore. Ela foi encaminhada ao Hospital São José, passou por cirurgia, mas morreu por volta das 23h30.
"Nós moramos em São Paulo. Mudamos para cá com o intuito de morar em uma cidade que nos trouxesse mais segurança, que nos trouxesse uma qualidade de vida melhor", diz Jaime.
Solidariedade
Após o crime que chocou a região, o médico conta que recebeu muitas mensagens de apoio. "A gente queria agradecer. É incrível a solidariedade que eu tenho recebido, não só por parte da família, que agora eu descobri que tenho uma família imensa aqui na região, aqui em Criciúma. Mas por parte de toda a população. De pessoas que eu não conhecia, de fora".
Palavras de conforto vieram de várias regiões do Brasil e mundo. "A gente tem recebido mensagens de carinho da comunidade médica de toda a Santa Catarina, do Brasil todo. Recebi mensagens de Manaus, Fortaleza, Natal, da Itália, onde nós estivemos estudando há um tempo atrás, de Portugal também", conta o médico.
Para a manhã deste domingo (2), está marcada para às 10h na Praça Nereu Ramos, emCriciúma, uma manifestação a favor de mais segurança na região.
Suspeitos
Na mesma noite do homicídio, um adolescente de 17 anos foi apreendido pela polícia e confessou participação no crime. Ele disse que a arma utilizada era do comparsa, de 22 anos. O menor tinha registro de infração antecedente por porte de arma.
O segundo suspeito foi preso na tarde de quinta (30). Segundo a Polícia Civil, o jovem de 22 anos se apresentou na Divisão de Investigação Criminal (DIC) da cidade.
Segundo o delegado, responsável pelo caso, Ulisses Gabriel, o rapaz tem passagens por tráfico e ameaças. Ele foi conduzido ao Presídio Regional de Criciúma na tarde de quinta. O adolescente está no Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) de Tubarão, também no Sul catarinense.
Mais segurança
Na terça-feira (28), após a morte de Mirella, o secretário de Estado de Segurança Pública, César Grubba, determinou que as polícias Militar e Civil realizem mais operações de combate à criminalidade na cidade e região.
No mesmo período, houve uma reunião na Prefeitura de Criciúma, para discutir a situação da segurança no município. Entidades da sociedade civil e autoridades estiveram no encontro.
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