Programa Saúde na Escola é referência no atendimento à comunidade

Os alunos, sem distinção de idade ou classes sociais, são atendidos diretamente nas escolas. Normalmente é feita uma triagem para detectar as principais carências e problemas e casos mais graves são encaminhados para as Unidades de Saúde

Somente no ano passado passaram por avaliação bucal mais de 7,5 mil alunos (Foto: Sandro Scheuermann)

O Programa Saúde na Escola (PSE) visa à integração e articulação permanente da educação e da saúde, proporcionando melhoria da qualidade de vida da população. Em Lages as ações são desenvolvidas através da parceria entre as Secretarias Municipais de Educação e de Saúde. O programa abrange vários tópicos, desde a prevenção, orientações e a parte curativa, que é o atendimento em si realizado nas escolas. O programa é bastante abrangente, mas uma das vertentes que tem dado muitos resultados positivos é a saúde bucal. Os alunos, sem distinção de idade ou classes sociais, são atendidos diretamente nas escolas. Normalmente é feita uma triagem para detectar as principais carências e problemas. Uma unidade móvel é encaminhada até a unidade de ensino e os procedimentos são realizados no local. Os casos mais comuns são as chamadas ARTs, que são as Técnicas de Restauração Atraumáticas, para remoção de cáries e impurezas. Os casos que precisam de maior atenção, com intervenções mais invasivas (como a extração dentária), são encaminhados à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para que seja atendido pelo dentista nas salas especializadas. Nesta sexta-feira (27) estavam sendo atendidos dois alunos na unidade de saúde do bairro Santa Helena: Auri Francisco Moreira Júnior, 6 anos, da EEB Ilza Amaral, e Henrique de Souza Castro, 4 anos, do Ceim Sempre Viva. Atualmente 50 escolas municipais participam do programa em Lages. Os professores passam por treinamento e capacitação para atuar como agentes disseminadores do programa. A saúde bucal está inserida em vários temas, como o tabagismo, nutrição, alimentação saudável, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs/Aids) e desenvolvimento dentário das crianças. Somente no ano passado passaram por avaliação bucal mais de 7,5 mil alunos. Os dados serão repassados para os profissionais para que seja providenciado o atendimento pelos dentistas da Secretaria Municipal de Saúde. “Estamos quebrando paradigmas e ensinando os educadores a repassar essas informações às crianças e adolescentes”, diz a coordenadora da Saúde Bucal da Secretaria de Saúde, Priscila Nunes. Universitários parceiros Uma forma encontrada para atender toda a demanda e agilizar os procedimentos foi contar com a parceria de dentistas residentes da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac). São realizadas várias atividades preventivas, como a escovação supervisionada, palestras e orientações sobre a saúde bucal, desenvolvidas por aproximadamente 60 acadêmicos do curso de odontologia. Para as residentes e futuras dentistas Camila Galli e Jaqueline Felipon, o trabalho é muito importante para sua formação profissional, além de ser um trabalho social realizado nas comunidades mais carentes. “Facilitar o acesso das pessoas ao atendimento odontológico é nosso maior propósito. Durante o trabalho temos outra visão, com foco na saúde da família e isso é muito importante para qualquer profissional”, garante. O trabalho de residência foi aprovado quase que por unanimidade pela população durante uma pesquisa. A aprovação foi inclusive citada pelo coordenador nacional da Saúde Bucal, Gilberto Pucca, como referência nos atendimentos à comunidade. “Mais de 90% das pessoas atendidas aprovaram nosso trabalho e tivemos esse reconhecimento. Mas o que nos deixa mais empolgados é saber que a comunidade, que é o foco do nosso esforço, está satisfeita”, diz o dentista Igor Fonseca dos Santos.