segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Castrações de cães e gatos terão continuidade neste ano

 
“Assim vai facilitar muito para quem não tem poder aquisitivo melhor. Além de evitar a proliferação de doenças pelos animais de rua e contribuir com a limpeza nos bairros.” Benedito José Augusto Alves de Lima
 
Os cadastros com o nome dos proprietários e as características de cada animal são realizados no Centro de Educação Ambiental, no Tanque (Foto: Sandro Scheuermann)
 
O trabalho de castrações gratuitas de animais domésticos, desenvolvido pela Gerência de Proteção Animal, da Secretaria de Meio Ambiente, em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), terá continuidade neste ano. Os mutirões, com operações realizadas em cães e gatos, machos e fêmeas, iniciaram no ano passado, com a inauguração da sala cirúrgica no CCZ.
Os cadastros com o nome dos proprietários e as características de cada animal são realizados no Centro de Educação Ambiental, no parque Jonas Ramos (Tanque). Interessados devem comparecer munidos de documentos pessoais e comprovantes de residência e de renda, com até dois salários mínimos. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h e das 14h às 17h.
No ano passado, de setembro a dezembro, foram castrados cerca de 250 animais. No mês de novembro foi realizado um mutirão, a Semana do Gato, quando foram esterilizados cerca de 60 felinos machos. Em 2015 também serão realizados procedimentos nas fêmeas, de acordo com o veterinário responsável, Rafael Cunha de Freitas.
Os procedimentos terão início até a segunda quinzena de fevereiro. Também serão esterilizados os animais de rua, com um cronograma que estabelece três dias da semana para procedimentos nos animais que estão cadastrados e dois para aqueles que são recolhidos das ruas. Após a cirurgia os animais serão liberados no mesmo local que foram encontrados. A medicação do pós-operatório será disponibilizada gratuitamente à comunidade.

Grande procura
É grande a procura pelo serviço no Centro Ambiental. São aproximadamente mil cadastros na fila de espera. Cerca de dez pessoas por dia procuram o local, inclusive com mais de um cadastro por pessoa. Algumas com números elevados, como foi o caso de um senhor que pretendia realizar o procedimento em 14 animais, entre cães e gatos, que estão sob sua responsabilidade.
Não é a mesma situação de Benedito José Augusto Alves de Lima, que assim que soube da iniciativa não perdeu tempo em fazer o seu cadastro. Ele mora no bairro Guarujá e pretende esterilizar a gatinha Lia, único animal de estimação da família. “Ela está prenha e sei que tenho responsabilidade sobre os filhotes, por isso a melhor forma é castrar e evitar problemas, pois se trata de mais uma vida entre nós e não podemos descartar por aí”, afirma.
Ele ficou aliviado pela medida tomada pela prefeitura, com o procedimento gratuito, pois não teria condições de fazer em clínica particular, com alto custo. “Assim vai facilitar muito para quem não tem poder aquisitivo melhor. Além de evitar a proliferação de doenças pelos animais de rua e contribuir com a limpeza nos bairros”, diz.
Uma das dificuldades, conforme o veterinário Rafael Cunha de Freitas, era o grande número de faltantes, pois inicialmente o programa havia sido liberado somente para a castração dos machos. “Depois que iniciamos as castrações das fêmeas o número de abstenções diminuiu cerca de 90%, acredito que muito disso é por conta do preconceito machista que ainda existe entre a população”, reflete.
Parcerias
Para dar conta da grande demanda, existe uma parceria entre a prefeitura e o Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), através do curso de veterinária, onde os alunos aproveitam as aulas práticas para realizar as castrações em animais da comunidade, gratuitamente, mas em número menor. Os responsáveis pelo curso fazem um cadastro prévio para o atendimento. A média na universidade é de 115 animais (somente fêmeas), a cada ano, enquanto no CCZ foram feitos em 250 em apenas três meses.

Consciência
O veterinário Rafael Cunha de Freitas alerta para a falta de consciência sobre responsabilidades por parte dos proprietários, o que dificulta o trabalho e o objetivo, que é evitar a proliferação descontrolada de animais nas ruas. “Não resolve fazer todo esse trabalho se ainda existir o descaso entre a população. Existem muitas denúncias de maus-tratos, o que mostra que muita gente não se importa com seus animais”, ressalta.
Há um estudo para que neste ano seja ampliado o número de palestras em escolas, postos de saúde e comunidades como uma campanha de conscientização. “É importante salientar que o papel do CCZ não é ficar recebendo esses animais de rua, mas sim do efetivo controle das zoonoses, que são doenças que passam dos animais para o ser humano. E ao mesmo tempo em que estamos fazendo as castrações, as pessoas continuam abandonando na rua, então é um ciclo, um problema difícil de combater”, finaliza.
 

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