Os mais de 50 milhões de moradores na rota da nevasca de proporções históricas que atinge o Nordeste dos Estados Unidos começaram a se preparar já na segunda-feira para enfrentar a tempestade.
Muita gente correu aos supermercados logo cedo para se abastecer de água, leite e outros alimentos antes do toque de recolher imposto pelas autoridades.
"Antes de ir trabalhar completei o tanque com gasolina e fui ao supermercado, para comprar algumas coisas básicas", disse à BBC Brasil a brasileira Lídia Ferreira, 42 anos, moradora de Watertown, cidade perto de Boston, no Estado de Massachusetts, uma das áreas mais fortemente afetadas.
"Fiquei impressionada, não imaginava que às 8h ia ter tanta gente", conta. "Não encontrei algumas coisas que gostaria de ter comprado."
Os governadores de Massachusetts, Nova York, Nova Jersey, Connecticut e Rhode Island decretaram estado de emergência e pediram que os moradores não saíssem de casa após o anoitecer de segunda.
Em diversas cidades da região atingida, como Boston e Nova York, serviços de metrô, trem e ônibus foram interrompidos a partir das 23h. Motoristas foram proibidos de trafegar pelas ruas e estradas, reservadas para veículos de emergência. Até mesmo serviços de tele-entrega foram suspensos.
Nesta terça-feira, escolas, empresas e estabelecimentos comerciais permanecerão fechados. Em Boston as aulas só recomeçam na quinta-feira.
"Estamos preparados para ficar pelo menos até quarta assim. Vamos jogar banco imobiliário, assistir a filmes e fazer uma pizza caseira, receita brasileira", planeja Lídia, que mora com o marido e três filhos de 20, 14 e 12 anos.
A neve começou a cair ainda na manhã de segunda-feira, ganhando intensidade ao longo do dia e mais força durante a madrugada.
A expectativa é que o acúmulo possa atingir até 90 centímetros e que os ventos cheguem a 130 km/h em algumas regiões.
Alertas foram emitidos desde Maryland até o Maine, a Guarda Nacional foi colocada de prontidão em diversos Estados e há risco de enchentes em muitas áreas costeiras.
A nevasca também provocou o cancelamento de mais de 7 mil vôos tendo como origem ou destino cidades como Nova York, Boston e Filadélfia, entre eles pelo menos 25 do Brasil ou para o Brasil.
"Essa pode ser uma tempestade como nunca antes vista", alertou o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, ao pedir que os moradores da cidade não fossem para as ruas.
Em fevereiro 2006, uma tempestade deixou 68 centímetros de neve em Nova York - foi a pior nevasca registrada na cidade até então.
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