terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dois anos após tragédia na Kiss, 49% da população não sabe como agir em incêndio

Pesquisa com 1.011 brasileiros mostra ainda que 92% dos entrevistados passaram a se sentir mais inseguros em casas noturnas depois do incêndio que matou 242 pessoas em 2012

Dois anos após a tragédia que deixou 242 mortos em uma casa noturna da cidade de Santa Maria, interior gaúcho, uma pesquisa mostra que quase metade dos brasileiros não saberia como agir diante de situação semelhante.
Fachada da Boate Kiss, onde acúmulo de erros resultou na tragédia que abalou toda uma cidade
Reprodução/Google Maps
Fachada da Boate Kiss, onde acúmulo de erros resultou na tragédia que abalou toda uma cidade
Divulgado nesta terça-feira (27), dia em que se completam dois anos do incêndio na Boate Kiss, o levantamento tem o objetivo de avaliar a percepção dos brasileiros em relação à segurança contra incêndios. Conduzida pela KCR Research, sob encomenda da empresa norte-americana Honeywell (multinacional que produz produtos e oferece serviços ligados a diversas áreas, inclusive segurança contra incêndios), a pesquisa ouviu 1.011 brasileiros, entre os dias 12 e 17 de dezembro, com idades entre 18 a 64 anos.
Os números mostram que, apesar de toda a repercussão da tragédia na casa noturna gaúcha, 49% dos entrevistados não saberiam como se comportar se estivessem em um incêndio. Número que casa com a quase totalidade dos pesquisados – 92% – que se sentem mais inseguros em casas noturnas desde o incidente em Santa Maria. 
"Quando quase metade das pessoas afirma que não saberia encontrar uma saída de emergência em uma ocorrência percebemos o quão perigosa é essa questão no País", analisa César Miranda, gerente geral do Negócio Fire Safety América do Sul da Honeywell e diretor do Grupo Setorial de Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio da Abinee (Associação Brasileira da Industria Eletro Eletrônica). Ele cita uma notória mudança de comportamento, citada por 81% dos entrevistados, devido ao temor de se verem envolvidos em uma tragédia semelhante.
"Infelizmente, pela falta de confiança no poder público, na fiscalização e nos próprios proprietários dos lugares que frequentam, as pessoas parecem ter a tendência de se sentirem incomodadas quando vão a um lugar público. E acabam ficando em casa."

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