PORTO ALEGRE - Uma amiga de Graciele Ugulini contou à Justiça que ouviu a enfermeira dizer que ela e o médico Leandro Boldrini queriam se livrar do garoto Bernardo Boldrini, em depoimento prestado nesta quarta-feira, em Coronel Bicaco, no oeste do Rio Grande do Sul. O menino, que morava em Três Passos, foi assassinado em abril deste ano, aos 11 anos. Leandro e Graciele, pai e madrasta, e mais os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz estão presos e são réus do processo aberto pela Justiça depois de a investigação policial e o Ministério Público acusá-los de terem tramado ou ajudado a executar o homicídio.
Segundo o relato da amiga, arrolada como testemunha pela acusação, Graciele lhe revelou que havia muitas brigas entre o enteado e o casal em uma visita feita cerca de dois meses antes do desaparecimento do garoto. A madrasta afirmou, à época, que o garoto era agressivo e ameaçava o pai com uma faca. Por isso, tinha medo de deixar a filha que tem com Leandro sozinha com o meio-irmão dela. Diante da situação, admitiu ainda que o casal estava disposto a "se livrar" de Bernardo e que "se Leandro tivesse um sítio com um poço já teria feito isso há muito tempo".
A testemunha revelou ainda que, diante do desabafo da amiga, tentou demovê-la da idéia e sugeriu que o casal entregasse Bernardo para a avó materna. A resposta de Graciele, segundo a mulher, foi de que a avó chegou a querer ficar com o neto, mas desistiu diante da agressividade dele. A madrasta também alegou, na mesma conversa, que, pelo mesmo motivo, psicólogos teriam se recusado a tratar o menino. A testemunha explicou que não levou o caso às autoridades porque entendia que Graciele falava "da boca para fora" e costumava mentir. Revelou, ainda, que a amiga sonhava casar com um homem rico, com preferência por um médico.
O processo está em fase de instrução, com tomada de depoimento de testemunhas. Posteriormente serão ouvidas as partes. Não há data prevista para o julgamento
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