O pedido feito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para que fosse dado fim às hostilidades na Faixa de Gaza não surtiu efeito e mais mortes ocorreram no conflito entre palestinos e israelenses.
Dez pessoas morreram, entre elas ao menos oito crianças, depois que um míssil atingiu um parque infantil no campo de refugiados Al-Shati. Outro míssil atingiu o hospital Shifa, o maior da região. Até o momento, não há relatos de fatalidades.
O Hamas culpou Israel pelos ataques, mas um porta-voz israelense disse que os mísseis foram disparados de dentro de Gaza.
Em Israel, quatro pessoas morreram em um ataque com morteiros na região de Eshkol, no sul de Israel, próximo à Gaza. O Hamas assumiu a autoria do ataque.
Cinco militantes do grupo islâmico foram mortos a tiros ao entrar em uma vila israelense por túneis na fronteira com Gaza.
Segundo o Exército de Israel, os militantes abriram fogo contra tropas israelenses, que retaliaram.
'Situação crítica'
Hoje, mais cedo, Ki-moon pediu um cessar-fogo ao dizer que o território palestino estava em uma "situação crítica".
"Em nome da humanidade, a violência tem que parar", ele disse à repórteres em Nova York, depois de voltar de uma visita à região.
Ki-moon fez críticas ao dois lados do conflito. Disse que o Hamas vem disparando foguetes contra áreas onde vivem civis em Israel, enquanto tropas israelenses têm usado armas de alto potencial explosivo em Gaza.
Segundo ele, as pessoas não têm para onde fugir na região e enfatizou que os envolvidos no conflito têm a responsabilidade de proteger civis.
Ele voltou a pedir um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza durante o feriado muçulmano de Eid al-Fits, que marca o fim do mês sagrado do Ramadã.
"É uma questão de vontade política. Os líderes israelenses e palestinos têm de mostrar que são humanos", disse Ki-moon.
Esforços redobrados
Enquanto isso, a França anunciou que, junto com os Estados Unidos, Alemanha, Itália e Reino Unido, redobrará os esforços para obter um cessar-fogo.
Israel lançou uma ofensiva aérea contra o Hamas em Gaza no dia 8 de julho com o objetivo de impedir que o grupo, que controla Gaza, continue a disparar foguetes em direção a Israel.
No dia 18, a operação foi ampliada com uma ofensiva por terra, sob a alegação de que isso seria necessário para destruir os túneis construídos por militantes na fronteira com Israel, usados por eles para entrar no país.
No fim de semana, tréguas foram oferecidas tanto por Israel quanto pelo grupo palestino Hamas, mas as operações do Exército israelense e o lançamento de foguetes por militantes palestinos continuaram.
Até o último domingo, 1.030 palestinos, em sua maioria civis, e 43 soldados israelenses, além de três civis, foram mortos em meio ao conflito.
Apesar das crescentes preocupações com perdas militares, o apoio em Israel à ofensiva segue alto, segundo a correspondente da BBC em Jerusalém Bethany Bell, já que as pessoas veem o país sob ataque.
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