Por Bruno Ribeiro e Rafael Italiani
São Paulo (AE) – A Executiva paulista do PT decidiu expulsar o deputado estadual Luiz Moura, acusado de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em reunião ocorrida na manhã desta quinta-feira, 31, 16 membros do partido entenderam que o deputado não havia se explicado de forma satisfatória sobre os indícios.
O presidente estadual do partido, Emídio de Souza, avaliou que a falta de provas contundentes de relações entre o deputado e membros da facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas não foi impedimento para a decisão.
“Não somos o judiciário, não somos a polícia. Temos o direito e o dever de decidir e fiscalizar quem faz parte do nosso partido e quem o partido lança como candidato”, disse Emídio. “A conduta de Luiz Moura foi muito prejudicial ao partido, arranhou a imagem”, avaliou, ao explicar o motivo do afastamento.
A decisão pelo afastamento já estava tomada, conforme o Estado publicou na edição impressa desta quinta-feira. “Foi dada toda, toda a chance de defesa. Ele não compareceu hoje, não mandou documentos, não mandou testemunhas”, completou Emídio.
O presidente estadual explicou que, para a expulsão se confirmar, o diretório deverá confirmar a decisão da executiva. A reunião dos 62 membros do diretório está marcada para esta sexta-feira, 1º.
O advogado de Moura, João de Oliveira, contesta a expulsão. Diz que o deputado não havia sido notificado da reunião. “Um dos preceitos principais do Partido dos Trabalhadores é de combater a desigualdade. O que ele (Emídio) está fazendo é uma ilegalidade. O Moura não é indiciado por nada, é apenas suspeito”, disse o advogado.
Oliveira fez mais críticas ao partido. “Dentro do próprio PT tem pessoas que foram condenadas e não tiveram o tratamento que o deputado Luiz Moura teve”, disse, referindo-se aos condenados do mensalão. O advogado pretende recorrer da decisão na Justiça e dentro do próprio Partido dos Trabalhadores, mas não detalhou os instrumentos que vai usar.
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