Por Adel ZAANOUN / Jean-Luc RENAUDIE
Jesuralém (AFP) – As esperanças de uma “trégua humanitária” mais extensa entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza foram por terra, depois da confirmação do fracasso das negociações diplomáticas nesta sexta-feira pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry. Apesar disso, ele deixou a porta aberta para um acordo.
Em declarações no Cairo, o secretário de Estado americano afirmou que “o marco geral” de um cessar-fogo estava estabelecido, mas mencionou dificuldades de “terminologia”. Ele irá no sábado a Paris, onde vai se reunir, principalmente, com os chefes das diplomacias da Turquia e do Catar, dois aliados do Hamas.
Para o ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Shukri, “nenhuma das duas partes mostrou a vontade necessária para negociar” e acabar com a violência que deixou cerca de 900 mortos desde o início da operação israelense “Barreira Protetora”, no dia 8 de julho.
O anúncio do fracasso já havia sido feito por Israel. Segundo a rede de televisão pública, o gabinete de segurança israelense rejeitou “por unanimidade” a proposta feita por John Kerry. De acordo com uma autoridade americana, Israel aceitou um cessar-fogo de 12 horas em Gaza a partir da manhã de sábado. Um dirigente do Hamas disse pouco depois à AFP que seu grupo também iria respeitar um cessar-fogo de 12 horas iniciado durante a manhã de sábado.
Segundo várias autoridades citadas pelas rádios pública e militar israelenses, Israel considera favoráveis demais ao Hamas as propostas de um cessar-fogo mais longo. Israel descarta qualquer retirada de seus soldados da Faixa de Gaza durante uma trégua para negociações. Eles estão mobilizados em terra desde 17 de julho com a missão de destruir “túneis de ataque” e o arsenal do movimento radical palestino, principalmente os foguetes que são disparados contra a população israelense.
O ministro israelense da Defesa, Moshé Yaalon, pediu nesta sexta que seus soldados se preparassem para “uma ampliação significativa das operações terrestres em Gaza”, de acordo com um comunicado oficial. Em sua página no Facebook, uma liderança do Hamas, Izzat al-Rishq, indicou apenas que o movimento “estuda uma trégua humanitária de sete dias”.
O movimento islamita palestino, que controla a Faixa de Gaza, havia rejeitado na semana passada uma primeira proposta de acordo feita pelo Egito. No Catar, o líder do Hamas, Khaled Mechaal, reiterou em várias oportunidades a condição principal de seu movimento: um compromisso de suspender o bloqueio que asfixia desde 2006 a economia do enclave palestino.
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