O Caic Nossa Senhora dos Prazeres, no Santa Catarina, o Irmã Dulce, no Guarajá, e o ginásio Jones Minosso, no Universário, foram preparados pela administração municipal com colchões, roupas e alimentação para receber os necessitados
Cerca de 60 famílias precisaram de abrigo. Centros Comunitários e salões de igreja também estão recebendo pessoas (Foto: Toninho Vieira)
A previsão para este sábado (28) é de que chova 20 milímetros, conforme informações da Defesa civil de Lages. Porém, para o domingo este número deve reduzir bastante, entre 1 e 2 milímetros apenas. De quarta-feira (25) até hoje a chuva ultrapassou o índice dos 200 milímetros, ou seja, é o equivalente a chover 200 litros em uma superfície de um metro quadrado. Isso foi suficiente para que acontecesse o alagamento do rio Caveiras e o represamento do Carahá. Os rios Ponte Grande e Passo Fundo estão acima no nível normal.
Equipes da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura, Assistência Social, Saúde e Habitação continuam em prontidão para atender a comunidade. Representantes dessas secretarias devem se reunir com prefeito Elizeu Mattos na segunda-feira (30) para avaliar a situação do município. Na noite deste sábado, médicos da Saúde visitarão os abrigos para consultar os alojados, especialmente crianças e idosos.
Pela manhã, o secretário de Meio Ambiente, Mushue Hampel, esteve no Morro Grande com a geóloga e professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Raquel Valério de Souza, para analisar a situação do local. Ele afirma que não há risco de deslizamento ou desmoronamento de terra. Durante a noite de sexta (27) e madrugada de sábado houve três momentos de estrondo no morro. Raquel diz que o que aconteceu foi um deslocamento das placas de rocha.
Depois do primeiro, a Defesa Civil orientou os moradores da rua Lemos Machado a deixarem suas casas. Um deles foi o aposentado Natanael Vieira. Ele mora há nove anos naquela via e nunca tinha ouvido o barulho. “Obedeci às orientações. Se tiver que sair, vamos sair. Não dá para abusar”, entende. A evacuação da parte de cima dessa área deve ser mantida até que a chuva cesse e o solo seque.
Medo das cheias
O jovem Roberto Schons Dias, 15 anos, e a família passaram a noite toda monitorando as águas que encobriam a rua José Berlin, no Universitário. Pela manhã eles decidiram deixar a casa. Todos os móveis foram colocados em um caminhão e permanecerá nele, estacionado em um posto da cidade, até que as águas baixem e todos voltem com segurança para o lar.
Na mesma rua e situação estava a família da agente penitenciaria Débora Santin. Ela já viu a casa alagada pelo menos oito vezes. Alguns móveis estavam erguidos. Atentos, ela, o marido e os filhos olhavam a movimentação da água que vinha de todos os lados. “Vamos aguardar para erguer o restante das coisas porque certamente a água vai entrar”, afirma.
Num dos pontos mais críticos, a esquina da rua Neri Alves dos Santos com a avenida Belizário Ramos (Carahá) fica a casa do autônomo Valmir da Silva. “A gente não dorme, é preocupante e a gente se incomoda bastante”, diz ele em mudança para a casa de familiares.
Abrigos à disposição
Com as cheias, cerca de 60 famílias precisaram de abrigo. O Centro de Atenção Integral à Criança (Caic) Nossa Senhora dos Prazeres, no Santa Catarina, o Irmã Dulce, no Guarujá, e o ginásio Jones Minosso, no Universário, foram preparados pela administração municipal com colchões, roupas e alimentação para receber a comunidade. Além desses três locais, os Centros Comunitários e os salões das igrejas acolhem quem está necessitando.
Na associação de moradores do bairro Habitação está a família da faxineira Schaiane Santos de Lima. Ao todo são 13 pessoas. Ela conseguiu tirar de casa um fogão e colchões. “Perto da minha casa moram recicladores de lixo e vem tudo para nossa residência, além de tudo que vem com a enchente”, diz.
Assistência social
Equipes da Secretaria de Assistência Social estão nos abrigos realizando o Cadastro Único de Assistência. A assistente social Rosangela Padilha diz que o procedimento tem o objetivo de saber quem precisa emergencialmente de remédio, fralda, roupas e alimentos. O trabalho continuará sendo feito pela Secretaria de Assistência Social depois desse período.
Doações
As doações de alimentos, fraldas, cobertores, colchões e roupas podem ser entregues na Defesa Civil, no prédio do terminal rodoviário Dom Honorato Piazera, na avenida Dom Pedro II.
Data: 28/06/14
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