Você já deve ter ouvido falar do termo 'cirurgia íntima'. Até porque ele já faz parte do universo das famosas. Quer ver só? A rainha das cirurgias plásticas, por exemplo, a modelo Ângela Bismarchi, contou ao EGO em 2009 que resolveu fazer a "himenoplastia", que neste caso faz a reconstituição do hímen, para agradar ao marido. Já a modelo e ex-Fazenda, Andressa Urach, contou ao jornal Folha de S. Paulo que fez a "ninfoplastia", porém como opção estética. Por sua vez, a modelo Geisy Arruda também foi outra que recorreu a esta mesma cirurgia de redução dos lábios em 2012.
E esses procedimentos têm ganhado novos adeptos. Segundo dados divulgados em janeiro de 2013 pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS), só em 2013, 9 mil mulheres aderiram às cirurgias íntimas nesse ano. A pesquisa afirma ainda que o Brasil é líder mundial neste tipo de procedimento, bem como no número de colocação de próteses no bumbum, a chamada gluteoplastia.
A ninfoplastia, para que possa entender melhor, é a cirurgia plástica recomendada para quem tem os pequenos lábios aumentados e, dessa forma, sofre constrangimento, desconforto, dor, infecções como candidíase ou algum outro incômodo. O especialista em cirurgia plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), André Colaneri, conta que a grande maioria que procura a cirurgia é por estética, por sofrer constrangimento em relação ao excesso dos pequenos lábios vaginais. "O intuito da cirurgia é retirar a parte que fica exteriorizada para fora dos grandes lábios", explica André Colaneri.
Outro cirurgião plástico, Tiago André Ribeiro, conta que o procedimento é indicado para todas as mulheres que sentem desconforto local na hora da higiene durante o período menstrual, durante atividade sexual e mesmo por vergonha no uso de biquínis e roupas íntimas em função do volume local. "As mulheres normalmente chegam ao consultório e relatam vergonha com relação ao órgão genital", afirma Tiago.
Colaneri explica que a grande maioria das causas para o problema surgir nas mulheres é genética. "O uso de hormônios - bem como distúrbios - e anabolizantes também podem levar ao aumento dos pequenos lábios vaginais", afirma o cirurgião plástico. E Tiago concorda: a maioria dos casos é de origem genética, mas o problema também pode surgir por irritação crônica local e traumatismo local.
'A mulher [com os pequenos lábios vaginais aumentados] se sente diferente e constrangida. E muitas vezes nem se despe na frente de outras pessoas, não usa roupas justas ou biquínis e chega a ter vergonha no ato sexual. Isso pode atrapalhar a vida social e sexual da mulher', explica André Colaneri, especialista em cirurgia plástica.
'O principal ganho com a cirurgia é a melhora da autoestima, principalmente, por retirar um peso do constrangimento e permitir à paciente se vestir, despir e ficar mais à vontade na vida sexual. Com isso ela tem uma consequente melhora da qualidade de vida', ressalta André. Para o cirurgião plástico Tiago André Ribeiro, além de melhorar nas interações com o parceiro, a cirurgia ajuda no comportamento social da mulher.
Idade recomendada
Tiago Ribeiro explica que a idade ideal para se realizar a ninfoplastia é depois dos 15 ou 16 anos de idade, quando os hormônios sexuais já atingiram seu ápice de influência e as alterações locais já se tornam mais definitivas. 'Mas a participação da família é essencial para a tomada de decisão', ressalta o cirurgião. 'A maioria das pacientes que operam são adultas, já sexualmente ativas, entre 20 e 35 anos. O que nada impede da mulher fazê-la também em qualquer outra idade', conta Colaneri.
Recuperação da cirurgia
'A cirurgia demora em torno de 40 minutos, é feita com anestesia local, podendo associar uma sedação leve. A maioria das pacientes retorna à rotina de escritório em três dias', afirma André Colaneri, especialista em cirurgia plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Restrições
Colaneri conta que a mulher deve fazer depilação na área íntima e evitar operar durante o período de menstruação. 'Exercícios físicos e retorno à vida sexual devem esperar em torno de 30 dias. Calor e esforços físicos também precisam ser evitados neste período', afirma André.
Tiago Ribeiro explica que não se deve operar se a paciente tiver uma infecção urinária ou dermatite local. 'É recomendado evitar também andar de bicicleta. E a higiene local com duchas poderá ser feita de 12 em 12 horas, e após as necessidades básicas, além dos cuidados locais com pomadas e soluções especiais', afirma.
SUS (Sistema Único de Saúde)
'No caso de ninfoplastias de pequenos e médios volumes, em que o componente estético é predominante, não existe um código na tabela SUS. Nos casos mais graves e severos, secundários a traumas locais e dermatites - inflamações - frequentes, a tabela SUS libera o procedimento como reconstrução vaginal', opina Tiago André Ribeiro.
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