Os segmentos que mais apresentam ocorrências são o comércio (torsões e de trajeto), construção civil (quedas por falta de cinto de segurança e de outros EPIs) e madeireiro (com grandes incidências de amputações)
Quanto aos de trânsito, conhecidos como “de trajeto”, quando a pessoa se acidenta no percurso entre a empresa e a sua casa, somam 30 ao mês no município (Foto: Daniele Mendes de Melo)
O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) busca a qualidade de vida do prestador de serviço e atua mediante recebimento de Notificações de Acidentes de Trabalho (Sistema Nacional de Agravos de Notificação – Sinan), denúncias de irregularidades no ambiente profissional e por demanda espontânea (a própria pessoa procura seus serviços). O público-alvo abrange todo trabalhador, independente do seu vínculo empregatício, que tenha sido vítima de um acidente ou que apresente problemas de saúde provenientes do trabalho.
O Cerest desenvolve a investigação de notificações, denúncias e condições dos ambientes; visitas domiciliares e hospitalares; atendimentos médicos, fisioterapêuticos e psicológicos; fiscalizações. Promove educação permanente para os profissionais que atuam na rede de serviços de saúde de Lages e demais cidades da Serra. “Para ter qualidade de vida é preciso que o funcionário busque o bem-estar e harmonia através do equilíbrio físico, nas relações familiares, nas laborais e dentro da comunidade”, complementa a gerente do Cerest, Lilian Marian.
Um óbito por mês em Lages
Segundo Lilian Marian, 12 trabalhadores morrem por ano em Lages. E há empresas que não repassam informações ao Cerest, o que faz com que o número aumente. “É um índice muito alto. Muitas das nossas estatísticas vêm do Hospital Nossa Senhora dos Prazeres”, aponta. Quanto aos acidentes de trânsito, conhecidos como “de trajeto”, quando o trabalhador se acidenta no percurso entre a empresa e a sua casa, somam 30 ao mês. Os segmentos que mais apresentam ocorrências de acidentes do trabalho são o comércio (torsões e de trajeto), construção civil (quedas por falta de cinto de segurança e de outros Equipamentos de Proteção Individual - EPIs) e madeireiro (com grandes incidências de amputações).
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 270 milhões de pessoas são vítimas de acidentes de trabalho no mundo e 160 milhões sofrem com doenças profissionais. Mundialmente, por dia, morrem cinco mil pessoas em acidentes, ou seja, três vidas são perdidas a cada minuto. No Brasil são quase quatro mil mortes ao ano.
Notificações e denúncias
Uma média de 80 notificações são emitidas semanalmente. O Cerest realiza visitas, inspeções e fiscalizações nas empresas por acionamento do Ministério Público do Trabalho e por denúncias anônimas. De acordo com Lilian Marian, há grandes parcelas de ocorrências provenientes de assédio moral nas empresas, além de registros de estresse. O assédio moral é a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho.
Data: 28/04/2014
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