- 28/04/2014 19h11
- São Paulo
Flávia Albuquerque Edição: Fernando Fraga
Para aproveitar a semana que antecede a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo promoveu hoje (28) a testagem para diagnóstico precoce do HIV por meio do fluído oral para triagem. Caso o resultado fosse positivo, um novo teste era feito com a coleta de sangue de um furo no dedo. Amanhã (29), os testes serão feitos no Centro de Referência da Diversidade, no centro da cidade.
De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids do estado de São Paulo, Maria Clara Gianna, os testes são feitos durante todo o ano, mas nesta semana o objetivo é difundir a ideia de que é preciso ter o diagnóstico da doença o quanto antes. “É fundamental expandir a testagem do HIV para a população em geral, mas principalmente entre os gays e homens que fazem sexo com outros homens”.
Gianna explicou que o teste feito com o fluído oral é uma novidade no país, mas começa a ser empregado porque traz mais agilidade ao resultado. “Esse é um teste de triagem. Quando o resultado dá negativo, já basta, mas quando dá positivo, fazemos o exame de sangue com pulsão no dedo para complementar. No caso de confirmação, a pessoa já sai daqui matriculado no serviço de saúde e o encaminhamento para iniciar o tratamento”, explicou.
Segundo Gianna, o teste oral é tão eficaz quanto os outros. O próprio indivíduo manuseia uma haste com um algodão na ponta para coletar a saliva. Em seguida, o material é colocado em um pequeno frasco com um líquido reagente e em meia hora já se sabe o resultado. “O exame detecta na saliva os anticorpos específicos que o organismo produz para combater o vírus”. Antes de fazer o teste, a pessoa responde a um questionário totalmente sigiloso.
Atualmente há em São Paulo cerca de 8 mil novos casos de aids, sendo que os de portadores do HIV são a maioria, com a concentração principal entre os gays e homens que fazem sexo com outros homens. “É muito importante que se detecte as pessoas portadoras do vírus o quanto antes para que iniciem o tratamento retroviral e evitar a transmissão”.
O auxiliar administrativo Júlio César, 30 anos, admitiu ter parado para fazer o teste porque “fez algumas besteiras” quando mais novo. “Como estava fácil criei coragem e resolvi fazer. Normalmente temos medo de fazer porque aprontamos um pouco na juventude, corremos riscos, mas é importante saber e se prevenir”, disse.
Casado, o ascensorista Vanderson de Souza Vieira, de 30 anos, garantiu que é fiel à esposa, mas mesmo assim quis fazer o teste para conferir. Foi a primeira vez que fez um teste para saber se é portador de HIV. “Nunca saí com mulher nenhuma fora ela [a esposa], então quis fazer para mostrar a ela que estou limpo. Só para garantir. É importante fazer ”, explicou.
Aos 23 anos, Ingrid Gonçalves, operadora de telemarketing, é casada, mas resolveu fazer o teste porque foi abordada na calçada e achou interessante já que há pelo menos dois anos não faz o teste. “Apesar de ser casada, acho importante saber como estou, porque a gente não tem tanta certeza das coisas”.
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