“O
trabalho obedecerá a linha de empoderamento das famílias, e não a ideia de
assistencialismo.” - Pedro Miguel Muniz Junior
Está
em fase de implementação a Vigilância Socioassistencial em Lages, subordinada à
Secretaria da Assistência Social, um instrumento que irá auxiliar o conjunto de
políticas públicas de proteção social, para suprir as necessidades emergenciais
das populações carentes.
A
Vigilância está prevista na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) desde
1993. A partir do Sistema Único de Assistência Social (Suas), em 2005, já vem
sendo implementada de forma efetiva no Brasil.
E
em 2011, através de uma lei municipal sobre o Conselho Municipal (CMAS), a Vigilância
chega como um dispositivo. Em Santa Catarina, somente Laguna está implementando
o serviço.
“A
Vigilância visa a analisar territorialmente, com atitude investigativa, por
busca ativa, consideradas as diferentes etapas da vida do cidadão, a capacidade
protetiva das famílias e nelas a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de
verificações e danos, abastecendo de demandas os Centros de Referência em
Assistência Social e os Especializados (Cras e Creas), assim como outras
iniciativas do segmento, buscando a padronização dos serviços, a qualidade, a
satisfação e o contentamento dos usuários. O compromisso é com a redução das
desigualdades e injustiças”, pontua o coordenador de Vigilância
Socioassistencial, Pedro Miguel Muniz Junior. Na equipe podem haver assistente social,
psicólogo, sociólogo, estatístico, economista e técnico em informática.
Segundo
Muniz, não há em Lages um parâmetro territorial oficial, por isso,
primeiramente, serão estudadas informações de órgãos como o IBGE, Censos
Demográfico e Escolar, Caged, Datasus e Transparência Lages. “O trabalho
obedecerá a linha de empoderamento das famílias, e não a ideia de
assistencialismo.”
Entre
os impasses de famílias lageanas estão a violência intrafamiliar, negligência,
maus tratos, abuso ou exploração sexual, trabalho infantil, discriminação por
gênero, etnia ou outra condição ou identidade, situação de rua, atos
infracionais, drogas, álcool, chantagem, ameaças, insegurança alimentar e
habitacional.
Base de dados de
dois anos “alimenta” o início do trabalho
De
2011 a 2013 foi realizado um monitoramento, repassando os registros das
atividades e atendimentos dos Cras e Creas ao setor de monitoramento (setor
anteriormente existente na Secretaria) e à Secretaria de Avaliação e Gestão da
Informação (Sagi). “Esses bancos de dados irão gerar os primeiros trabalhos da
Vigilância, lembrado que mensalmente os Cras e Creas nos mandam suas
informações.”
Há
sete passos sobre a atuação da Vigilância em Lages, no processo de
implementação: Devolver das informações coletadas entre 2011 e 2013 a todos os
equipamentos da rede social; montar o padrão do serviço, interagindo com os
profissionais e usuários; construir novos indicadores, utilizando,
principalmente, o Cadastro Único (CadÚnico); criar um sistema de notificação de
riscos e vulnerabilidades sociais; construir o mapa territorial com as demandas
dos bairros; encaminhar os relatórios de 2013 (quantitativo e qualitativo) aos
Cras e Creas, sendo esta a primeira devolutiva aos equipamentos sociais, e
propor uma revista/flyer, semestralmente,
em quatro edições e mil exemplares.
Legenda fotos:
Os assistentes sociais Pedro Miguel e Audrilara Arruda Rodrigues Campos já
compõem a equipe.
Texto e fotos:
Daniele Mendes de Melo
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