“Foi o primeiro curso de qualificação que fiz na vida. Muitos pensam que por ser de graça não é bom ou não é válido, mas foi o que me ensinou de verdade, pois eu não sabia nem manusear uma tesoura.” João Marcelo de Oliveira Lins
Valmira, uma das concluintes, conta que estava sem rumo. “O Cras me deu todo o suporte de profissionais e psicóloga”, declara Legenda: (Foto: Nilton Wolff)
Na manhã desta quarta (26), o prefeito Elizeu Mattos participou da cerimônia de formatura dos alunos do curso de cabeleireiro do Centro de Referência em Assistência Social (Cras V), no bairro Santa Mônica. A formatura aconteceu também à tarde; 27 alunos frequentaram as aulas durante quatro meses.
A eles foram repassadas noções de aplicação de produtos químicos, hidratação, escovação, penteados e cortes de cabelo, de acordo com a monitora Seomara Polleza. “Qualificar mão de obra é uma de nossas premissas, assim como do governo federal. Parabéns a estas pessoas que estão investindo em seu futuro. É uma atitude digna e merecedora de nosso respeito”, salienta o prefeito.
Vencendo a doença
A relação de Valmira Pelissari com o curso de manicure e pedicure provocou mudanças inesquecíveis no seu cotidiano. Aos 42 anos, mora com o esposo e a sogra no Santa Mônica e se qualificou para ocupar uma das oportunidades oferecidas em Lages e renovou suas esperanças diante de um sério problema de saúde. Neste curso aprende-se a lixar unhas e pés, pintar unhas e utilizar adesivos decorativos, uso de cremes específicos hidratantes e o bom convívio com as clientes.
Doméstica, trabalha como manicure e pedicure autônoma, a domicílio. “Por causa de problemas pessoais, entrei em forte depressão. Estava sem rumo. Junto com outros acontecimentos, comecei o curso, o que fez com que minha vida mudasse. O Cras me deu todo o suporte de profissionais e psicóloga. Muitas pessoas me ajudaram sem ao menos me conhecerem. Hoje não preciso mais tomar os fortes remédios. Tudo deu certo”, conta.
Gaúcha de São Marcos, ela escolheu Lages para viver uma nova etapa. “O curso mudou meu jeito de pensar e de agir”, garante. Formada no curso de estética das unhas no Cras, Valmira chegou a frequentar, mas precisará concluir o de cabeleireiro, interrompido por causa de uma cirurgia que irá fazer no dia 11 de março.
Quebrando a barreira do preconceito
João Marcelo de Oliveira Lins, 36 anos, mora no bairro Conte, atualmente é recepcionista em um hotel e recebeu seu certificado e os cumprimentos do prefeito Elizeu Mattos. Ele é pai de um garoto de 16 anos e é um dos dois únicos homens a escolher o curso voltado à vaidade e beleza. “Estética capilar é um campo que está se abrindo para os homens, uma profissão genuinamente feminina e que está se expandindo, independentemente do sexo. Os homens quase não procuram oportunidades neste ramo, pois têm certo preconceito. Os homens precisam abrir mais a cabeça para isso. Não é mais uma profissão de mulher. Existem funções que antes eram masculinas e hoje muitas mulheres desempenham”, analisa.
“O Cras me preparou bem. Foi o primeiro curso de qualificação que fiz na vida. Muitos pensam que por ser de graça não é bom ou não é válido, mas foi o que me ensinou de verdade, pois eu não sabia nem manusear uma tesoura. Quero me aperfeiçoar e futuramente pretendo abrir um salão”, destaca.
Desejo de cursar cosmetologia
Jeferson de Souza Rocha, 17 anos, frequenta as aulas do primeiro ano do ensino médio, faz parte do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) e também se formou na manhã desta quarta. “O curso me motivou porque me chama a atenção essa área. Minha intenção é fazer faculdade de cosmetologia e estética. Gosto muito dos cuidados da beleza”, revela.
Data: 27/02/2014
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