Neste ano um projeto de conscientização ambiental será desenvolvido nas escolas municipais. Os alunos serão levados para conhecer o lugar
Há projetos em estudo pela prefeitura para diminuir a emissão de resíduos sólidos na área, principalmente de recicláveis (Foto: Toninho Vieira)
Desde que a concessionária Serrana Engenharia assumiu a operação do aterro sanitário de Lages, após interdição por irregularidades em agosto do ano passado, muitas providências foram tomadas. Em março deve iniciar o Programa de Recuperação de Área Degradada (Prad), implantado pela empresa. Visa recuperar o terreno onde estava sendo depositado chorume sem tratamento químico.
O aterro tem com 5 mil metros quadrados de área. Parte do terreno foi comprometida com o crime ambiental. “Além da parte afetada com a contaminação, a área do entorno também será recuperada”, explica o gerente Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Rodrigo Ataíde.
Os índices do tratamento físico/químico do chorume melhoraram desde o ocorrido. De acordo com o gerente, antes era realizado o processo em 25 a 30 metros cúbicos de chorume ao dia. Hoje este número foi elevado para 110, maior que os parâmetros impostos pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma). “O aterro de Lages é referência em todo o Estado”, afirma.
Como funciona o aterro
O aterro recebe cerca de 110 a 120 toneladas de lixo por dia. Além de Lages, mais dez municípios da Serra e outras regiões encaminham resíduos sólidos para o local. O valor pago a cada tonelada chega a R$ 74,00. Lages recebe abatimento pelo recebimento de material dos outros municípios. O lixo é pesado e depositado nas chamadas células, que são cobertas por uma manta que protege o solo, e camadas de terra e argila compactam o resíduo.
Após esse processo, todo o chorume desce por canaletas até as lagoas, aeróbia e anaeróbia, passando para o tratamento químico para posteriormente ser destinado ao córrego. Duas novas células estão sendo implantadas para aumentar a capacidade do aterro. Cabe ao município, através da Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos, fiscalizar todo o procedimento. Uma empresa terceirizada de Porto Alegre (RS) faz o monitoramento, enviando todo mês um relatório e análises químicas para o Ministério Público.
Conscientização ambiental
Há projetos em estudo pelo município para diminuir a emissão de resíduos sólidos no aterro, principalmente de recicláveis. “O material que deixar de vir torna-se economia de recursos, que poderá ser investido em outras áreas. O aterro foi projetado para 20 anos e há um trabalho para que a vida útil se prolongue, mas isso depende muito da colaboração da população, que pode aderir aos projetos implantados”, destaca o secretário de Meio Ambiente, Mushue Hampel.
Neste ano um projeto de conscientização ambiental será desenvolvido nas escolas municiais. Os alunos serão levados para conhecer o aterro sanitário. O objetivo é que eles entendam a importância do lixo orgânico e reciclável terem outro destino. “Os recicláveis tem a opção de serem encaminhados para cooperativa específica e o orgânico poderá ser usado em compostagens feitas em casa, se transformando em adubo para hortas e jardins”, diz a bióloga Michele Pelozato.
Ela explica que a população pode contribuir colocando no lixo apenas o que não pode ser reciclado e o que não é utilizado na compostagem. Outra dica é depositar, somente esse material, na rua, no dia da coleta convencional. O aconselhável é colocar o reciclável em dias diferentes do recolhimento convencional. “Hoje mais de 50% da cidade recebe coleta seletiva”, afirma.
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